Uma intoxicação por monóxido de carbono pode ser a causa da morte dos quatro jovens encontrados em uma BMW em Balneário Camboriú nesta segunda-feira (1/01). Segundo o delegado Bruno Effori, responsável pela investigação, uma perícia preliminar no veículo já identificou uma perfuração no cano de escape, entre o motor e o painel.
“Isso estaria jogando monóxido de carbono para dentro do carro, que permaneceu ligado por horas, com os jovens dentro, enquanto aguardavam a passageira. Câmeras de segurança devem confirmar, mas estimamos em cerca de 3 horas”.
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O professor livre docente da faculdade de medicina da USP e coordenador do programa de residência em cardiologia do hospital Sírio Libanês, Augusto Scalabrini Neto, explica que o monóxido de carbono se liga na hemoglobina e impede que ela seja oxigenada.
“É como se você estivesse em um ambiente sem oxigênio. O coração para, você morre asfixiado. É a mesma situação de casos de pessoas que morrem com a lareira ligada, o mecanismo é o mesmo”, afirma.
Ele destaca que a exposição ao gás é grave e tem alto índice de mortalidade. No entanto, em alguns casos, a intoxicação pode ser tratada por meio de ventilação efetiva e de alguns antídotos.
Em relação à morte dos jovens em Santa Catarina, o médico avalia que é possível que tenha ocorrido um vazamento da combustão para dentro do veículo. “É um gás quase sem cheiro […] Começa com náusea, vômito, tontura, ficam sem consciência e morrem”, concluiu.
Quem são as vítimas
- Adolescente de 16 anos;
- Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos;
- Karla Aparecida dos Santos, de 19 anos;
- Tiago de Lima Ribeiro, de 21 anos.