A Justiça do Piauí determinou, nesta segunda-feira (13/1), a soltura de Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, acusada de envenenar dois irmãos de oito e sete anos em Parnaíba, no litoral do Piauí.
A medida judicial foi tomada após a divulgação de laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), feito cinco meses depois da morte dos meninos, que descartou a presença de veneno nos cajus que teriam sido entregues a eles pela vizinha.
O resultado desse laudo foi divulgado um dia após a prisão de Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto da mãe das crianças: Ele foi preso como principal suspeito de envenenar um baião de dois comido por quase toda a família em um almoço no primeiro de janeiro de 2025, que resultou na morte de quatro pessoas.
O advogado de defesa de Lucélia, Sammai Cavalcante, comentou que os fatos novos (a investigação do envenenamento da mãe das crianças e de outras pessoas da mesma família) desencadearam a perícia do IML, que indicou que os cajus não estavam envenenados. Agora, a investigação sobre as mortes dos meninos será reaberta.
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Entenda o caso
Os dois irmãos, Ulisses e João Miguel, morreram em agosto de 2024. A polícia acreditou que eles tivessem morrido após consumir cajus envenenados que teriam sido dados pela vizinha, Lucélia. Ela foi presa em 28 de agosto.
O laudo apontou que não havia presença de terbufós, substância tóxica semelhante ao chumbinho, nas frutas. A substância é a mesma encontrada no estômago dos meninos.
Na virada do ano, quatro pessoas da mesma família morreram após consumirem um baião de dois no almoço de primeiro de janeiro. Ao todo, oito foram hospitalizados.
Na semana passada, Francisco foi preso por suspeita do envenenamento. Segundo a perícia, o baião foi envenenado com terbufós.
Em seu depoimento à polícia, Francisco admitiu que tinha ódio da enteada e dos seus filhos. Ainda assim, negou que tivesse cometido o crime. As investigações continuam.
Enquanto isso, a Penitenciária Feminina de Teresina, onde Lucélia está presa, já foi comunicada do alvará de soltura e ela deve ser colocada em liberdade em breve. O advogado da mulher afirmou à imprensa assim que ela for solta, terá de ficar na casa de uma parente, visto que sua casa foi destruída por populares revoltados com a morte dos meninos. A defesa dela afirmou que buscará ressarcimento pela destruição da casa.
*Com informações de G1