A inflação oficial perdeu ritmo ao avançar 0,21% em junho, ante alta de 0,46% apurada no mês anterior, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (10/7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A expectativa do mercado era de que ficasse em 0,32%.
Esta é a primeira desaceleração observada desde março deste ano. Com isso, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registra alta de 2,48% no primeiro semestre e volta a figurar acima de 4% no acumulado dos últimos 12 meses.
O resultado é o menor para o período desde 2020, quando o indicador avançou apenas 0,1% nos primeiros seis meses do ano, motivado por deflações nos meses de abril e maio.
O IPCA segue dentro do limite da meta. Mesmo com a nova aceleração, o índice acumulado em 12 meses segue no intervalo determinado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). A meta de 3% planejada para 2024 tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, com a possibilidade de variar entre 1,5% e 4,5%.
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A inflação desde junho foi influenciada pelo aumento dos preços dos alimentos e bebidas. A alta de 0,44%, apesar de inferior da apurada em maio (+0,62%), teve a maior contribuição geral para o resultado do IPCA. O movimento foi guiado pelo avanço de 0,47% da refeição em casa, também em desaceleração na comparação com o mês anterior. Altas da batata inglesa (=14,49%), do leite longa vida (+7,43%) e do arroz (+2,25%) figuram em destaque. Por outro lado, a cenoura (-9,47%), a cebola (-7,49%) e as frutas (-2,62%) ficaram mais baratas no mês passado, interrompendo um avanço maior da inflação de alimentos.
Saúde e cuidados pessoais teve alta de 0,54% e foi o grupo de maior variação no mês. Já outro avanço significativo da inflação de junho partiu do grupo de habitação. A alta de 0,25% dos preços foi puxada pelas variações das tarifas de água e esgoto (1,13%) após reajustes em Brasília, São Paulo e Curitiba. A energia elétrica residencial subiu 0,3%, impactada pelo reajuste tarifário de 6,76% aplicado em Belo Horizonte.
Com informações de UOL.