Dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, através do estudo de ‘Cartografias da Violência na Amazônia’, indicam que ao menos 168 dos 179 municípios da Amazônia Legal vivem sob forte domínio das facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e do CV (Comando Vermelho).
Conforme o levantamento, 8,3 milhões de pessoas moram em áreas onde há guerras por território entre facções rivais. O relatório divulgado esta semana compreende Amapá, Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão. Ao todo, há cerca de 22 grupos criminosos diferentes em nove estados que compõem a Amazônia Legal.
Para dominar o território da Amazônia, o plano do PCC inclui brigar por cidades da fronteira, e investir em narcogarimpos. Pois as fronteiras que ligam o Brasil à América Latina facilitam o escoamento de drogas. Ainda conforme estudo, ao menos dez facções nascidas na Venezuela, Colômbia, Bolívia e Peru também atuam na fronteira ou em território brasileiro.
O único estado da Amazônia considerado dominado pelo PCC é Roraima. Lá, uma das estratégias da facção foi aproveitar a crise humanitária na Venezuela para recrutar imigrantes que entravam no Brasil pela fronteira em Pacaraima (RR).
Narcogarimpo
Pelos lucros envolvidos e as facilidades para lavar dinheiro do tráfico, a exploração do ouro é outra atividade que desperta especial interesse do PCC na Amazônia. Em janeiro de 2022, na Operação Narcos Gold, a Polícia Federal (PF) indiciou 29 criminosos ligados à facção que eram suspeitos de movimentar mais de R$ 1 bilhão, entre 2017 e 2020, em garimpos na região oeste do Pará.
*Com informações Metrópoles e Uol