O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso hoje em casa em Santos (SP), teve negado o pedido da sua defesa para permanecer em São Paulo e será transferido para a superintendência da Polícia Federal em Brasília. Ribeiro foi detido por operação da PF por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção e tráfico de influência.
Em março, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo divulgou gravação em áudio na qual Ribeiro afirmava que repassava verbas do MEC (Ministério da Educação) a prefeituras apontadas pelos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, e que o fazia a pedido do presidente Jair Bolsonaro. A divulgação do áudio levou Ribeiro, alguns dias depois, a pedir exoneração do ministério. Bolsonaro, à época, afirmou em live que “colocaria a cara no fogo” por Ribeiro.
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O advogado de Ribeiro, Daniel Bialski, se posicionou contra o fato de o seu cliente ser transferido e afirmou:
“O ex-ministro não representa qualquer perigo à ordem pública. A prisão é desnecessária”.
No total, a operação da PF compreende cinco mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão distribuídos entre quatro estados (São Paulo, Goiás, Distrito Federal e Pará). Também foi detido hoje o pastor Gilmar Santos, um dos dois religiosos ligados ao caso e que supostamente atuariam como lobistas. Os outros dois alvos dos pedidos de prisão temporária são o ex-assessor do MEC Luciano Musse, e o ex-assessor da prefeitura de Goiânia Hélder Bartolomeu. As duas prisões são preventivas, mas domiciliares. Não foi divulgado se o pastor Arilton Moura também foi detido.
Até o momento, a audiência para discutir a custódia de Ribeiro está marcada para quinta-feira às 14h.