A defesa dos donos da escola particular Pequiá, localizada no Cambuci, Zona Sul de São Paulo, afirmou nesta quarta-feira, 28, que seus clientes negam ter agido com violência contra crianças que estudam no local. Na semana passada, o flagrante de um menino amarrado a um poste, dentro de uma sala de aula, provocou indignação no país.
O casal de donos da escola, Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, foi preso na noite desta terça-feira, 27. A advogada Sandra Pinheiro de Freitas assumiu a defesa deles após a desistência da advogada anterior.
A advogada afirmou ao jornal Folha de S. Paulo:
“Eles não enxergam os atos praticados ali como tortura. Eles afirmam que nunca tiveram essa intenção.
Eles afirmam, principalmente o Eduardo, que ele não via os atos dele como violência, como tortura, como está sendo colocado tanto no processo quanto na mídia.
Ele me relatou que aquele negócio de amarrar as crianças ele via como uma brincadeira, e brincava assim quando criança”.
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O casal chegou a ser considerado foragido depois que o caso explodiu na mídia, e segundo o delegado Fábio Daré, titular do 6º DP (Cambuci), os dois só se entregaram após uma negociação. A advogada ainda afirmou que seus clientes temem ser agredidos por outros presos na cadeia.
O flagrante da criança amarrada foi feito por uma das professoras da escola, Anny Garcia Junqueira, que testemunhou cenas de maus-tratos e humilhações. Ela conseguiu esconder o celular e gravar. Com as provas, ela procurou algumas mães de alunos e registraram boletim de ocorrência no domingo, 18. De acordo com o relato da professora, punições, humilhações e agressões eram impostas às crianças quando algo não acontecia como esperado pelos donos da escola.