De acordo com informações obtidas junto ao sistema prisional federal, os detentos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, que fugiram na madrugada de ontem (14/02) do presídio federal de Mossoró (RN), escalaram o teto das suas celas com corda e usaram uma chave de torniquete para cortar um arame para escapar, segundo fontes no sistema prisional federal que viram o vídeo da fuga.
O material usado na fuga foi tomado pelos detentos em uma obra. Dali eles retiraram uma corda e uma chave de torniquete e levaram para as celas, burlando o sistema de segurança local.
Depois de subir no telhado, eles usaram uma escada que dá acesso ao lado externo. Em seguida, usaram uma chave de torniquete subtraída da obra para cortar o arame e deixar o presídio.
Esse é a primeira fuga ocorrida em uma unidade prisional de segurança máxima no país. Os investigadores estão examinando possíveis falhas humanas ou até mesmo a participação de agentes federais para facilitar a fuga. Os presídios federais são rigorosamente monitorados por um circuito de câmeras de segurança em tempo real, operado a partir de uma central de monitoramento em Brasília.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou ontem o afastamento do diretor do presídio federal de Mossoró e nomeou um interventor para a unidade prisional.
A PF solicitou a inclusão de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça na lista de procurados da Interpol, atendendo um pedido feito pelo governo federal.
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O secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, revelou que a perícia no local da fuga dos presos da Penitenciária Federal de Mossoró será concluída nesta sexta-feira (16/02). A declaração foi dada em entrevista coletiva no início da tarde desta quinta-feira (15/02).
“A cena do fato está sendo periciada ainda, [a perícia] deve ser concluída amanhã. Isso vai nos dar importantes elementos para estabelecer a dinâmica. Temos algumas informações, mas não serão divulgadas para não prejudicar as investigações e ações de busca [dos fugitivos]”, diz.
“Todo o processo vai ser revisto. É uma obra de manutenção. Tudo vai ser revisto para evitar que uma obra interfira na segurança. Elevamos o nível de segurança de todas as unidades do sistema federal. Esses momentos são indesejados, mas são oportunidades para evitar que eventos como esses se repitam.”
Garcia disse que agentes penitenciários federais ainda não foram afastados.
“Não vamos tratar desse assunto publicamente. É possível o afastamento, se forem individualizadas as condutas, estamos trabalhando para manter a segurança da unidade”, afirmou.
*Com informações de UOL