Mikhail Rocha e Menezes, delegado da 30ª Delegacia de Polícia, que fica em São Sebastião, no Distrito Federal, baleou três pessoas na manhã desta quinta-feira (16/1).
As vítimas são, a esposa dele, Andréa Rodrigues Machado e Menezes, de 40 anos; a empregada da família, Oscelina Moura Neves de Oliveira, de 45 e a enfermeira Priscilla Pessôa Rodrigues, de 45.
A esposa e a empregada foram baleadas por volta das 9h15 no Residencial Santa Mônica, no Setor Habitacional Tororó, onde mora a família.
Delegado atira em enfermeira
Segundo a polícia, após o crime, o policial civil — que teria tido uma grave discussão com um colega de corporação, estava afastado das funções há pelo menos um mês e estaria em surto psicótico — levou o filho de 7 anos a um pronto-socorro de Brasília, no bairro Lago Sul.
No local, o policial teria discutido com os funcionários após a demora no atendimento para o filho que estaria vomitando. Em meio ao desentendimento, Mikhail atirou contra uma enfermeira que foi atendida pelos colegas de trabalho. A mulher foi levada às pressas para a sala de cirurgia. Segundo os médicos, Priscilla apresenta um estado de saúde estável.
O delegado foi localizado e preso por uma equipe do Patrulhamento Tático Motorizado (Patamo), da Polícia Militar (PMDF), com duas armas de fogo; depois, levado para a Corregedoria da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
A esposa e a empregada do delegado, foram levadas ao Hospital de Base (HBDF). Andréa foi atingida por, pelo menos, três tiros e está em estado grave.
A prisão do delegado
Logo após o crime, os PMs da Patamo, prenderam o suspeito. Com ele foram apreendidas duas armas. Ele foi levado para a Corregedoria da PCDF. Por estar em aparente surto, não deve prestar depoimento imediatamente.
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Outros casos – Delegado preso: caso Gritzbach
O delegado Fábio Baena está entre os presos na “Operação Tacitus”, deflagrada na manhã desta terça-feira (17/12) por policiais federais em conjunto com o Gaeco. Outros três policiais civis também foram detidos. Baena e os outros policiais foram delatados pelo empresário delator Vinicius Gritzbach, que foi executado a tiros na área de desembarque do Aeroporto de Guarulhos no dia 8 de novembro.
Gritzbach teria sido responsável pelos assassinatos de dois membros da facção criminosa PCC, e embolsado cerca de R$ 40 milhões da organização. Ele era ameaçado de morte pelo PCC.
A Polícia Federal intensificou a investigação contra os suspeitos depois da morte do empresário do PCC e conseguiu reunir indícios apontando que eles haviam cometidos crimes.
Para além das prisões, o objetivo da operação de hoje é coletar provas que auxiliem na investigação sobre a possível participação de policiais na morte do empresário.
Segundo informações, Gritzbach teria denunciado que Baena e os demais policiais teriam recebido 11 milhões em propinas: A denúncia teria sido feita à Corregedoria da corporação. Baena e o investigador-chefe Eduardo Lopes Monteiro atuavam no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e foram afastados das funções por causa das denúncias.
Ainda segundo a denúncia de Gritzbach, os policiais receberam ao menos R$ 11 milhões de propina, em dinheiro vivo, para retirar o nome de investigados em inquéritos por homicídio e envolvimento com o tráfico de drogas. No documento da Corregedoria da Polícia Civil consta que o delator entregou pen-drives com a relação de empresas usadas pelos policiais para supostamente lavar o dinheiro das propinas.
Entenda o crime
Gritzbach voltava de Alagoas rumo a São Paulo e desembarcou no aeroporto de Guarulhos após voltar de uma viagem com a namorada e o motorista particular dele na tarde do dia 8. A segurança dele era feita por quatro policiais militares contratados pelo próprio empresário.
Assim que deixou o saguão do aeroporto, o empresário foi assassinado por dois homens encapuzados com fuzis. Os atiradores entraram em um Gol preto e fugiram do local.
Gritzbach foi atingido por 10 tiros e morreu na hora. Os disparos acabaram atingindo outras pessoas, que não tinham ligação com o empresário, incluindo o motorista de aplicativo Celso Araújo de Novais, que acabou falecendo no dia seguinte (9).
O veículo que teria sido no crime foi abandonado nas imediações do aeroporto ainda na sexta-feira (8). Dentro dele, havia munição de fuzil e um colete à prova de balas.
Os policiais militares que faziam a escolta de Gritzbach prestaram depoimento à polícia. Eles tiveram os celulares apreendidos e foram afastados de suas funções.
O delator já tinha escapado de um atentado no Natal de 2023.
*Com informações de CNN Brasil e Metrópoles