Nesta segunda-feira (6), a Justiça de São Paulo decretou a falência da Grow, empresa responsável pelas bicicletas e patinetes elétricas Yellow e Grin, encerrando assim o processo de recuperação judicial da companhia. O juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, justificou a decisão com base no não cumprimento do plano de recuperação judicial por parte da empresa.
“As recuperandas afirmaram que, por circunstâncias alheias à sua vontade, não puderam honrar com o cumprimento do plano e que não há expectativas de soerguimento da atividade”, diz o magistrado. A administradora judicial opinou pelo decreto de falência da empresa.
Neste desfecho, o magistrado também decretou que os credores terão a restauração de seus direitos e garantias, nas condições originalmente contratadas, com a dedução dos valores pagos e a ressalva dos atos realizados durante o período de recuperação judicial. Além disso, a Grow está agora obrigada a liquidar todos os seus ativos no prazo de 180 dias.
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Pedido de recuperação
Em julho de 2020, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial e pouco mais de um ano depois, o plano foi aprovado. Naquela época, a dívida da empresa totalizava R$ 35 milhões e seria quitada com um estoque de patinetes. Cerca de 5.000 veículos, avaliados em R$ 9 milhões, seriam entregues aos credores trabalhistas como garantia para o pagamento da dívida.
Com o advento da pandemia de Covid-19, a empresa viu sua situação financeira se deteriorar rapidamente. No início de 2020, tomou a decisão de encerrar suas operações em 14 cidades brasileiras e, alguns meses depois, suspendeu seus serviços nas únicas localidades que ainda mantinham o atendimento: São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Isso ocorreu em meio a uma tendência em que várias outras empresas do setor também deixaram o país, como o caso da Lime.
Nesse mesmo período, a empresa passou por uma mudança no controle acionário, sendo adquirida pelo grupo Mountain Nazca, que possui participações em empresas como Peixe Urbano e Groupon.
*Com informações Folha de S.Paulo