Uma cuidadora que foi à Justiça contra o espólio de Mario Jorge Lobo Zagallo afirmou em audiência que quer R$ 190 mil da família do ex-técnico da seleção brasileira. Esse é o valor que a mulher admitiu receber em um eventual acordo, por processo trabalhista movido no Rio de Janeiro desde o início deste ano.
A família de Zagallo, no entanto, ofereceu apenas R$ 18 mil, o que foi rejeitado.
A audiência foi realizada na 42ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro. No processo, a mulher acusou o filho de Zagallo, Mário César, de “utilizar um tom ríspido e ofensivo”, no que classificou como “um ambiente de trabalho hostil e humilhante”, com uma “conduta abusiva” que configurava assédio moral. Mário César coordenava diretamente suas funções enquanto ela trabalhava com o ex-técnico.
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Ainda segundo a mulher, ela não tinha condições adequadas para descanso enquanto cuidava do idoso, e que se mantinha à disposição para cuidar de Zagallo 24 horas por dia. Ela era obrigada a dormir no mesmo quarto que ele, em um colchão que ficava junto ao chão. A cuidadora disse que era constantemente acordada para ajudar Zagallo a ir ao banheiro, atividade que ele não podia realizar sozinho.
A dependência de Zagallo era tanta, segundo a enfermeira, que ela não podia se ausentar sequer para realizar suas refeições.
A enfermeira diz que cuidou dele até o dia da morte, no hospital. Ela ingressou com a ação em abril, cobrando FGTS, multa, 13º, férias proporcionais e vencidas, diferenças salariais, verbas rescisórias, horas extras e indenização por assédio moral.
A defesa do espólio de Zagallo afirmou que a enfermeira dispunha de acomodação privativa e tinha pausas alimentares. Apontou que ela trabalhava em um plantão por semana, no máximo, que poderia durar 12 ou 24 horas, sendo substituída por outra cuidadora. Também afirmou que a alegação de assédio moral é inverídica.
A ação corre em segredo de Justiça no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro. Zagallo faleceu em janeiro deste ano, aos 93 anos de idade.
Com informações de UOL.