O Brasil registrou 170.376 casos prováveis de dengue no primeiro mês de 2025, com 38 mortes confirmadas e 201 óbitos em investigação, segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. O coeficiente de incidência no país é de 80,1 casos para cada 100 mil habitantes.
Os números indicam que 54% dos casos prováveis ocorreram entre mulheres e 46% entre homens. A maior incidência foi observada entre pessoas brancas (51,3%), seguidas por pardas (32,4%), negras (4,4%) e amarelas (1,1%). As faixas etárias mais afetadas foram 20 a 29 anos, 30 a 39 anos e 40 a 49 anos.
Entre os estados, São Paulo concentra o maior número absoluto de casos prováveis, com 100.025 registros, seguido por Minas Gerais (18.402), Paraná (9.424) e Goiás (8.683). No coeficiente de incidência, o Acre lidera, com 391,9 casos por 100 mil habitantes, seguido por São Paulo (217,6), Mato Grosso (193,9) e Goiás (118,1).
O Ministério da Saúde aponta que o cenário da dengue na Região Norte se mantém estável em relação a 2024, enquanto o Nordeste apresentou leve queda no número de casos. No Centro-Oeste e no Sul, houve uma redução significativa, impulsionada pela queda de registros no Distrito Federal, Goiás, Paraná e Santa Catarina.
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A principal preocupação das autoridades é com a Região Sudeste, especialmente São Paulo, onde o número de casos nas quatro primeiras semanas do ano dobrou em relação a 2024.
“Quando olhamos os números semana a semana, temos a impressão de que a situação está tranquila. Mas, ao analisarmos São Paulo, observamos o dobro de casos de dengue em comparação com 2024”, alertou o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio.
O estado passou de quase 50 mil casos nas quatro primeiras semanas de 2024 para praticamente 100 mil em 2025. Já Minas Gerais registrou uma redução de 85% nos casos, caindo de 123 mil para 16 mil no mesmo período.
Venâncio destacou ainda o número de óbitos em investigação em São Paulo. “Se dois terços dos 135 óbitos em análise forem confirmados, o estado atingirá um patamar de 800 a 900 casos para cada morte, o que é muito elevado”, afirmou.
O aumento da circulação do sorotipo 3 da dengue no Brasil é apontado como um dos principais fatores para o crescimento dos casos, especialmente em São Paulo e Paraná.
“Desde julho do ano passado, a detecção do sorotipo 3 tem aumentado mês a mês. Em algumas localidades onde ele ainda não apareceu, é provável que seja apenas uma questão de tempo”, concluiu Venâncio.