O advogado Erasmo Fonseca, de 47 anos, classificado como “cliente trouxa” em uma ótica em Santos, litoral de São Paulo, desistiu de processar o estabelecimento comercial. O caso aconteceu no dia 2 de outubro deste ano, quando o homem estava trocando o óculos do filho.
Erasmo é especialista em direito do consumidor e teria flagrado a descrição em um documento de troca em uma unidade da ótica.
Na ocasião, a gerente ofereceu uma limpeza na lente e na armação e disse que emitiria o documento de troca. No papel, ele viu como era identificado no cadastro da ótica.
“Aí, quando eu li embaixo, ‘cliente trouxa’. Falei, ‘ah, espera aí, você está de brincadeira”, disse.
Segundo Erasmo, a funcionária alegou que era um erro de digitação, na tentativa de escrever “troca”. O teor do serviço, no entanto, estava em outra parte do documento. Ela também tentou retirar o papel da mão do advogado, que conseguiu fazer uma foto do recibo.
Erasmo não registrou boletim de ocorrência, mas enviou um e-mail paro Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da ótica. Ele também afirmou que entraria na Justiça. O advogado, no entanto, mudou de ideia.
“Como a funcionária se retratou e reconheceu seu erro [na imprensa], eu vou aceitar a retratação e não vou processar mais”, disse.
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O que disse a ótica
Na época, por meio de nota, a ótica negou que o cliente tenha sido chamado de “trouxa”. O estabelecimento alegou que houve um erro de digitação e a grafia correta seria “trouxe”.
“A data ’03/10/2024′ após a palavra deixa claro que seria ‘trouxe’ e ocorreu um erro de digitação e não uma adjetivação ao cliente, o qual, por sinal, foi grosseiro e agressivo com as atendentes da loja e agora busca reverter a sua reprovável conduta contra uma mulher aproveitando-se de um erro de digitação. Lamentável. Ainda assim, tudo foi esclarecido no momento, a troca realizada, não havendo razão para que o cliente buscasse expor tais fatos, ainda que distorcidos, nos meios de comunicação”, diz o texto.