Mulher com Parkinson toca clarinete durante cirurgia cerebral, na Inglaterra

Mulher com Parkinson tocou seu clarinete durante cirurgia para melhorar sua mobilidade (Foto: Reuters).
Uma paciente com doença de Parkinson tocou clarinete durante uma cirurgia no próprio cérebro no Hospital King’s College, em Londres. O vídeo que mostra Denise Bacon tocando enquanto médicos operam o seu cérebro foi divulgado nesta terça (21/10).
Veja abaixo:
@bbcnews Denise Bacon, 65, who played a clarinet while undergoing brain stimulation at King’s College Hospital in London said she was “delighted” with how it went. #ParkinsonsDisease #Clarinet #London #Hospital #BBCNews
Denise foi diagnosticada com Parkinson em 2014. Ela passou por uma operação de quatro horas para melhorar sua mobilidade, pois já sofria de lentidão de movimentos e rigidez muscular, afetando sua capacidade de andar, nadar, dançar e tocar seu clarinete.
A cirurgia teve como objetivo a implantação de eletrodos em pontos exatos do cérebro da paciente. Foram feitos pequenos buracos no crânio – do tamanho de uma moeda – para permitir a inserção dos fios. O primeiro eletrodo foi implantado no lado esquerdo, o que melhorou de imediato os movimentos da mão direita. Em seguida, o segundo eletrodo foi colocado no lado oposto, com resultado semelhante. Ela então foi convidada a tocar o instrumento, o que não conseguia há anos.
O professor de neurocirurgia, Keyoumars Ashkan, que supervisionou o procedimento, disse à imprensa:
“Como uma clarinetista dedicada, foi sugerido que Denise trouxesse seu clarinete para a sala de cirurgia para ver se o procedimento melhoraria sua capacidade de tocar, o que era um dos principais objetivos de Denise com a cirurgia. Ficamos muito satisfeitos em ver uma melhora instantânea em seus movimentos manuais e, consequentemente, em sua capacidade de tocar, assim que a estimulação foi entregue ao cérebro”.
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Denise permaneceu acordada durante todo o procedimento, recebendo apenas anestesia local no couro cabeludo e crânio, já que não há receptores de dor no cérebro.
Ao final do procedimento, os eletrodos foram conectados a um gerador de pulso implantado no peito – semelhante a um marca-passo – que envia impulsos elétricos contínuos ao cérebro. O dispositivo é recarregável e pode durar até 20 anos.
Denise já apresentou melhoras não só para tocar seu clarinete, mas também para andar. Ela afirmou estar animada para voltar a nadar e dançar.
Estimulação elétrica não é cura para o Parkinson, mas é um dos tratamentos mais eficazes para melhorar o controle dos movimentos e devolver qualidade de vida aos atingidos pela doença.
*Com informações de Metrópoles e CNN Brasil
