A United Launch Alliance (ULA) lançou nesta segunda-feira (8/1) o foguete Vulcan Centaur para lua, da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida. O modelo fez um lançamento inaugural de recursos inéditos para entregar qualquer carga útil, a qualquer momento, em qualquer órbita.
“O lançamento inaugural do Vulcan inaugura uma capacidade nova e inovadora para atender aos requisitos cada vez maiores do lançamento espacial”, disse Tory Bruno, presidente e CEO da ULA.
O veículo de lançamento está avançando em direção ao espaço, transportando módulos, instrumentos científicos, restos mortais, entre outros. De cordo com as informações da ULA, o foguete possui melhor flexibilidade e a extrema resistência do Centaur V, que permitem inserções orbitais mais complexas em um espaço mais desafiadoras e até mesmo nunca explorado.
“O design específico do Vulcan aproveita o melhor que aprendemos em mais de 120 anos combinados de experiência de lançamento com Atlas e Delta, melhorando, em última análise, a capacidade espacial de nossa nação e proporcionando flexibilidade de missão sem precedentes”, declarou Mark Peller, vice-presidente de Desenvolvimento Vulcan.
Se tudo correr conforme o planejado, a sonda poderá pousar na Lua em 23 de fevereiro.
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— ULA (@ulalaunch) January 8, 2024
Os clientes
A NASA pagou à empresa Astrobotic Technology, US$ 108 milhões (R$ 527,49 milhões) para desenvolver o Peregrine, primeiro módulo lunar construído nos EUA desde o Módulo Lunar tripulado do programa Apollo (1972). O módulo leva os experimentos científicos da NASA à superfície lunar.
Das 20 cargas que o Peregrine levará para a Lua, cinco são instrumentos científicos da NASA. Os outros 15 vêm de diversos clientes.
Alguns são cargas científicas adicionais de países como o México, enquanto outros incluem um experimento de robótica de uma empresa privada sediada no Reino Unido e bugigangas ou lembranças que a empresa de transporte alemã DHL reuniu.
Peregrine também carrega restos mortais em nome de duas empresas comerciais de enterros espaciais, Elysium Space e Celestis, um movimento que gerou oposição da Navajo Nation, o maior grupo de nativos americanos nos Estados Unidos.
O grupo afirma que permitir que os restos mortais pousem na superfície lunar seria uma afronta a muitas culturas indígenas, que consideram a Lua sagrada. A Celestis se oferece para levar cinzas à Lua por preços a partir de mais de US$ 10 mil, segundo o site da empresa.
Os cinco experimentos patrocinados pela NASA incluem dois instrumentos para monitorar o ambiente de radiação, “ajudando-nos a nos preparar melhor para enviar missões tripuladas de volta à Lua”, disse Paul Niles, cientista do projeto da NASA para o programa Commercial Lunar Payload Services, o braço da NASA que forneceu financiamento para Peregrine, durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira (4/1).
Outros instrumentos analisarão a composição do solo lunar, procurando moléculas de água e hidroxila. A NASA também estudará a atmosfera superfina da lua.
Uma vez na superfície da Lua, espera-se que o Peregrine opere por até 10 dias antes de seu local de pouso mergulhar na escuridão, pois torna-se muito frio para continuar.
Também a bordo do foguete Vulcan Centaur, embalado separadamente do módulo de pouso Peregrine, está outra carga útil da empresa funerária espacial Celestis.
O objeto, em uma missão chamada Enterprise Flight, conterá 265 cápsulas com restos humanos, bem como amostras de DNA dos ex-presidentes dos EUA John F. Kennedy, George Washington e Dwight Eisenhower.
Os restos mortais também incluem “o criador e vários membros do elenco da série de televisão original Star Trek, bem como um astronauta da era Apollo, juntamente com pessoas de todas as esferas da vida, interesses e vocações”, segundo o site da empresa.
O astronauta da Apollo cujos restos mortais estão a bordo do Enterprise Flight é Philip Chapman, que foi selecionado para o corpo de astronautas em 1967, mas nunca voou para o espaço. Ele morreu em 2021.
*com informações CNN