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Saiba por que Trump quer controlar Canadá, Groenlândia e Canal do Panamá

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Nos últimos dias que antecedem seu retorno à Casa Branca, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, causou controvérsia com declarações polêmicas, onde firmou que pretende retomar o controle do Canal do Panamá, adquirir a Groenlândia e incorporar o Canadá aos Estados Unidos. Entenda qual o interesse dele nessas áreas.

As declarações foram feitas em uma coletiva de imprensa no resort Mar-a-Lago, na Flórida. Essas propostas incluem também a mudança do nome do Golfo do México para “Golfo da América”.

O Canal do Panamá: história e interesses estratégicos

O Canal do Panamá, uma das maiores obras de engenharia do século 20, conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, reduzindo o tempo de viagem de navios cargueiros. Os Estados Unidos desempenharam um papel importante na construção do canal, que foi concluída em 1914.

Inicialmente, o território do Panamá fazia parte da Colômbia, mas, com o apoio dos EUA, tornou-se um país independente em 1903, abrindo caminho para o acordo que garantiu aos norte-americanos o controle do canal até 1999.

Durante mais de 80 anos, o canal impulsionou a economia dos EUA, sendo vital para empresas como a Boeing. Recentemente, porém, as mudanças climáticas e a seca nas regiões de abastecimento de água têm impactado seu funcionamento.

Trump criticou as taxas cobradas pelo governo do Panamá e sugeriu que a infraestrutura está sob influência chinesa, apontando para a administração de portos por empresas de Hong Kong.

“Se os princípios, tanto morais quanto legais, deste gesto magnânimo de doação não forem seguidos, então exigiremos que o Canal do Panamá seja devolvido a nós, integralmente, rapidamente e sem questionamentos”, afirmou Trump.

Em resposta, o presidente panamenho, José Raúl Mulino reafirmou a soberania do País sobre o canal.

“Cada metro quadrado do Canal do Panamá e sua área ao redor pertence ao Panamá e continuará a pertencer […] A  soberania e a independência do nosso país não são negociáveis”, afirmou Mulino no domingo (5).

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Groenlândia: uma ilha rica e estratégica

A Groenlândia, território independente do Reino da Dinamarca, também está na lista de prioridades de Trump. A ilha, rica em recursos naturais como petróleo, gás natural e minerais estratégicos.

A ilha já foi uma colônia dinamarquesa e passou a fazer parte do Reino da Dinamarca em 1953. A Groenlândia segue a Constituição dinamarquesa até os dias de hoje.

A Dinamarca autorizou a Groenlândia a ter um governo próprio e autônomo em 2009, possibilitando até mesmo uma declaração de independência por meio da realização de um referendo, quando os cidadãos eleitores são chamados a pronunciar-se por sufrágio direto e secreto sobre determinados assuntos que grande interesse à nação.

A administração americana considera a ilha vital para sistemas de defesa e monitoramento no Ártico. Contudo, as questões ambientais e a resistência dos povos indígenas tornam complexa qualquer tentativa de exploração econômica. As autoridades da Groenlândia reiteraram que o território “não está à venda”.

O presidente eleito ameaçou elevar tarifas contra a Dinamarca caso o país tente impedir os EUA de adquirir a Groenlândia. Trump também não descartou o uso de força militar.

“Precisamos da Groenlândia para fins de segurança nacional”, disse o presidente eleito do EUA.

Durante seu primeiro mandato, Trump já havia tentado comprar a Groenlândia, oferta que foi rejeitada. Ele não foi o primeiro a fazer a proposta.

Harry Truman tentou adquirir a Groenlândia, oferecendo US$ 100 milhões em ouro, após o fim da Segunda Guerra Mundial. O objetivo era controlar um território estratégico para enfrentar as ameaças da Guerra Fria.

Canadá: fusão ou anexacão?

Trump propôs que o Canadá se torne o 51º estado dos EUA, citando os altos custos de proteção militar e os déficits comerciais como justificativa.

“Muitas pessoas no Canadá amam ser o 51º estado. Os Estados Unidos não podem mais sofrer com os enormes déficits comerciais e subsídios que o Canadá precisa para se manter sem dívidas. Justin Trudeau sabia disso e renunciou […] Se o Canadá se fundisse com os EUA, não haveria tarifas, os impostos cairiam muito e eles estariam totalmente seguros da ameaça dos navios russos e chineses que os cercam constantemente. Juntos, que grande nação seria”, afirmou Trump.

Atualmente, o país é um grande exportador de petróleo e gás natural para os EUA. E, tambem, é um dos principais produtores de minerais como alumínio, níquel e pedras preciosas.

A ideia foi  rejeitada pelo primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, que afirmou que o Canadá jamais aceitará tal medida. Trudeau destacou a importância da parceria comercial e de segurança entre os dois países, mas reiterou a soberania canadense.

“Os trabalhadores e as comunidades dos nossos dois países se beneficiam do fato de sermos os maiores parceiros comerciais e de segurança”, disse Trudeau.

Golfo do México: a polêmica da mudança de nome

O Golfo do México, rico em petróleo e recursos pesqueiros, também entrou na lista de prioridades de Trump. O nome é usado há mais de 400 anos por navegadores europeus, que colonizaram a região. Além dos EUA, o golfo banha o México e Cuba.

Ele sugeriu renomeá-lo como “Golfo da América”, alegando que os Estados Unidos realizam a maior parte do trabalho na região.

“Vamos mudar porque fazemos a maior parte do trabalho lá e ele é nosso”, afirmou Trump. “É apropriado, e o México tem que parar de permitir que milhões de pessoas invadam nosso país.”

Mesmo que Trump consiga trocar o nome da área para “Golfo da América” nos Estados Unidos, isso não significa que outros países adotarão a mesma postura.

*Com informações de G1, BBC e CNN

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