O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar duramente o Judiciário norte-americano e opositores políticos em uma publicação feita neste domingo de Páscoa (20/4), em sua rede social Truth Social. As declarações ocorreram um dia após a Suprema Corte dos EUA suspender, de forma temporária, a deportação de imigrantes venezuelanos amparados pela Lei de Inimigos Estrangeiros.
No post, Trump desejou “Feliz Páscoa” com ironia, dirigindo ataques a adversários democratas, membros do Judiciário e agentes da lei. “Feliz Páscoa a todos, incluindo os lunáticos da esquerda radical que lutam arduamente para trazer assassinos, traficantes, prisioneiros perigosos, doentes mentais e membros da MS-13 de volta ao nosso país”, escreveu.
O republicano também criticou juízes que, segundo ele, estariam permitindo a entrada descontrolada de imigrantes. “Feliz Páscoa também aos juízes e agentes da lei fracos e ineficazes que estão permitindo esse ataque sinistro à nossa nação”, afirmou.
Trump ainda responsabilizou o ex-presidente Joe Biden pela situação migratória. “O sonolento Joe Biden permitiu propositalmente que milhões de criminosos entrassem em nosso país, totalmente sem controle e sem vigilância, por meio de uma Política de Fronteiras Abertas que entrará para a história como o ato mais calamitoso já perpetrado contra os Estados Unidos”, declarou o chefe de estado.
As declarações ocorrem em meio à repercussão de uma decisão da Suprema Corte que barrou a deportação de venezuelanos com base na Lei de Inimigos Estrangeiros, de 1798. O dispositivo legal permite a prisão e expulsão de cidadãos de países considerados hostis aos EUA sem o devido processo legal migratório.
A ordem judicial temporária impede o governo de remover qualquer imigrante identificado como parte do grupo sob proteção até nova deliberação do tribunal. O caso ganhou notoriedade após a deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, realizada apesar de uma decisão contrária da Justiça Federal.
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A juíza distrital Paula Xinis havia ordenado que o imigrante fosse trazido de volta aos Estados Unidos, decisão que foi mantida pela Suprema Corte no dia 11 de abril. No entanto, Abrego Garcia permanece detido em El Salvador. A defesa do governo admitiu falha administrativa do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE), responsável pela remoção indevida.
“O ICE estava ciente de que ele tinha proteção contra deportação, mas mesmo assim ele foi removido para El Salvador por erro administrativo”, informou o órgão.
Trump utilizou o episódio para reiterar sua política de deportações. “Fui eleito para tirar pessoas más dos Estados Unidos. Preciso ter permissão para fazer meu trabalho”, declarou. O presidente também ironizou o fato de o deportado ter tatuagens com a sigla MS-13, organização criminosa de origem centro-americana, e acusou os tribunais de tratarem o caso com condescendência.
O governo Trump também foi alvo de críticas após ignorar uma ordem do juiz federal James Boasberg, que determinou a suspensão do voo de deportação de 238 supostos membros de gangues venezuelanas e 23 integrantes da MS-13, com destino a uma prisão em El Salvador.