Tensão entre EUA e Venezuela: Maduro convoca milícias; Trump envia navios de guerra

Os presidentes Donald Trump e Nicolás Maduro (Foto: Reprodução).
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou o envio de mais de 4,5 milhões de milicianos para cidades de todo o território do país como parte de um “plano de paz” do governo. Ele fez o comentário durante uma reunião de trabalho televisionada na terça-feira (18/08) com governadores e prefeitos em Caracas.
Maduro afirmou:
“Ativarei um plano especial para garantir a cobertura com mais de 4,5 milhões de milicianos em todo o território nacional. Milícias preparadas, ativadas e armadas”.
O envio dos milicianos faz parte dos pilares de uma plano do regime venezuelano que visa estabelecer os chamados “quadrantes de paz” no país com o objetivo, segundo Maduro, de garantir “soberania, integridade territorial, unidade nacional e segurança”.
A Milícia Nacional Bolivariana é um braço das Forças Armadas da Venezuela, que foi criada originalmente pelo ex-presidente Hugo Chávez para complementar o trabalho dos militares. É composta, na maioria, por voluntários que recebem treinamento básico e, em muitas vezes, armas. Críticos alegam que os milicianos são paramilitares usados pelo governo para controlar a população.
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Tensão entre EUA e Venezuela
O anúncio acontece em meio ao aumento da tensão diplomática causada pelo anúncio, no dia 7 de agosto, dos Estados Unidos de dobrarem a recompensa por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro. Agora, o valor passa a ser US$ 50 milhões, ante a US$ 25 milhões anunciados inicialmente. Maduro foi acusado por Washington de colaborar com cartéis do narcotráfico.
Trump envia navios
Já nesta terça (19/08), o governo Donald Trump enviou para a costa da Venezuela três navios militares, sob o argumento de que serão usados para lutar contra o tráfico de drogas em águas internacionais. De acordo com fontes em Washington, os barcos devem se aproximar da região até a noite de quarta-feira.
Os navios são equipados com mísseis guiados “U.S. Aegis” e, segundo as fontes da CNN, são o USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson.
O gesto acendeu um alerta entre as diplomacias do Brasil e de diversos países latino-americanos. Ao longo dos últimos meses, o governo Trump tem insistido em classificar grupos do narcotráfico como entidades terroristas. A manobra permite que os casos de enfrentamento sejam considerados como ações de “segurança nacional” e com o uso de militares.
A administração Trump designou o Cartel de Sinaloa do México e outras gangues de drogas, bem como o grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua, como organizações terroristas globaise, m fevereiro, quando intensificou a aplicação da lei de imigração contra supostos membros de gangues.
*Com informações de CNN Brasil e UOL
