Na terça (28/1), cientistas ajustaram o chamado “Relógio do Juízo Final” para mais próximo da meia-noite do que em qualquer outro momento. O Bulletin of the Atomic Scientists ajustou o relógio para 89 segundos antes da meia-noite — o ponto teórico da aniquilação.
Em toda a sua história, nunca o relógio ficou tão perto da meia-noite, simbolizando a possibilidade de destruição mundial.
Os cientistas justificaram a alteração deste ano devido a ameaças sobre armas nucleares da Rússia em meio à invasão da Ucrânia, as tensões em outros pontos críticos do mundo, as aplicações militares da inteligência artificial e as mudanças climáticas, fatores que aumentariam os riscos de catástrofe global.
Daniel Holz, presidente do Conselho de Ciência e Segurança do Bulletin, afirmou:
“Os fatores que moldam a decisão deste ano — risco nuclear, mudança climática, o possível uso indevido de avanços na ciência biológica e uma variedade de outras tecnologias emergentes, como a inteligência artificial — não eram novos em 2024.
Mas temos visto um progresso insuficiente na abordagem dos principais desafios e, em muitos casos, isso está levando a efeitos cada vez mais negativos e preocupantes”.
A definição do Relógio do Juízo Final em 89 segundos para a meia-noite é um aviso para todos os líderes mundiais”.
Além da guerra entre Rússia e Ucrânia, outros pontos de conflito no mundo contribuem para colocar o relógio mais perto do fim. Holz explica:
“Há outros possíveis pontos quentes em todo o mundo, incluindo Taiwan e Coreia do Norte, e qualquer um deles pode se transformar em uma conflagração envolvendo potências nucleares, com resultados imprevisíveis e potencialmente devastadores”.
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O que é o relógio do juízo final?
A organização sem fins lucrativos sediada em Chicago criou o relógio em 1947, durante as tensões da Guerra Fria após a Segunda Guerra Mundial, para alertar as pessoas sobre a proximidade da destruição do mundo pela humanidade.
A função dele é simbólica, para alertar os governos mundiais sobre o quão perto a humanidade está de destruir o mundo.
Originalmente, o relógio pretendia medir ameaças nucleares, mas em 2007 o Bulletin decidiu incluir as mudanças climáticas em seus cálculos.
Em quase 80 anos, o tempo no relógio mudou, dependendo de quão perto os cientistas acreditam que a raça humana está da destruição total. Em alguns anos o tempo muda, e outros, não.
O Relógio do Juízo Final é definido a cada ano por especialistas do Conselho de Ciência e Segurança do Bulletin em consulta com seu Conselho de Patrocinadores, que inclui 11 ganhadores do Prêmio Nobel.
*Com informações de CNN Brasil