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Saiba quem foi Carlo Acutis, o “santo influencer” canonizado pelo Vaticano

Carlo Acutis tornou-se o primeiro santo millennial da Igreja Católica
Saiba quem foi Carlo Acutis, o “santo influencer” canonizado pelo Vaticano

Foto: reprodução

Neste domingo (7/9), a Igreja Católica realiza a canonização de Carlo Acutis, conhecido mundialmente como o “santo influencer”. O anúncio foi feito pelo Papa Leão 14, que também confirmou a canonização de outro italiano, Pier Giorgio Frassati. A cerimônia será acompanhada por milhares de fiéis, sobretudo jovens, que enxergam em Acutis um exemplo de santidade na era digital.

Inicialmente, a canonização de Carlo Acutis estava prevista para 27 de abril, durante o Jubileu dos Adolescentes, e a de Frassati, em 3 de agosto, no Jubileu dos Jovens. Contudo, com a morte do Papa Francisco, as datas precisaram ser alteradas.

Quem foi Carlo Acutis?

Nascido em 1991, em Londres, Carlo Acutis era filho de Andrea Acutis e Antonia Salzano, famílias tradicionais e abastadas da Itália. Ainda bebê, mudou-se com os pais para Milão, onde passaria toda a sua vida. Batizado em uma paróquia católica londrina, cresceu em um lar que, segundo a própria mãe, não tinha hábitos religiosos até que o garoto começou a demonstrar interesse pelo catolicismo.

Apesar de hoje ser chamado de “santo influencer”, Carlo viveu como qualquer jovem de sua geração. Gostava de videogames, era fã de Pokémon, Mario e da série Os Simpsons, além de editar vídeos engraçados de seus animais de estimação. Ao mesmo tempo, tinha uma vida de fé que surpreendia os colegas, unindo simplicidade, devoção e tecnologia.


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Os primeiros sinais da fé

A religiosidade de Carlo surgiu ainda na infância. Aos três anos, presenciou a unção dos enfermos recebida pelo avô materno, Antonio Salzano, e, após sua morte, contou ter sonhado com o avô pedindo orações pela alma. Esse episódio marcou profundamente o menino, despertando nele a busca pela fé.

Durante a infância, Carlo foi cuidado por babás estrangeiras – uma irlandesa e uma polonesa, ambas católicas fervorosas – que contribuíram para sua formação religiosa. Aos sete anos, fez a primeira comunhão e, a partir daí, passou a frequentar a missa e a receber a Eucaristia com frequência. O hábito acabou influenciando seus pais, que voltaram a praticar a religião.

Saiba quem foi Carlo Acutis, o “santo influencer” canonizado pelo Vaticano
Foto: reprodução

Um evangelizador desde cedo

Carlo não se limitou a praticar a fé individualmente. Ele também evangelizava. Um exemplo marcante foi sua amizade com Rajesh Mohur, funcionário da família nascido nas Ilhas Maurício e de origem hindu. As conversas entre os dois levaram Rajesh, sua mãe e até um amigo próximo a se converterem ao catolicismo.

Na adolescência, Carlo se tornou catequista e assumiu um papel ativo dentro da Igreja. Ao mesmo tempo, mergulhou no universo da tecnologia, aprendendo linguagens de programação e criando sites com conteúdos religiosos e de caridade.

O “santo da internet”

Entre suas iniciativas digitais, destacam-se um portal de voluntariado criado a pedido de um sacerdote jesuíta e, principalmente, um catálogo online de milagres eucarísticos reconhecidos pela Igreja Católica. Essa obra digital o transformou em referência e ganhou repercussão mundial, sendo traduzida para diversos idiomas.

Carlo demonstrava que a tecnologia poderia ser usada como ferramenta de evangelização e aproximação com a fé, motivo pelo qual ficou conhecido como o “padroeiro da internet” entre os fiéis mais jovens.

Vida simples e valores firmes

Embora não fosse de falar constantemente sobre religião com os colegas, Carlo mantinha uma postura firme em relação à moral cristã. Em certa ocasião, quando os amigos comentavam sobre relacionamentos e intimidade, afirmou que era errado ter relações sexuais antes do casamento. Foi motivo de brincadeiras, mas logo respeitado pelos companheiros, que reconheciam sua bondade.

Ele também defendia colegas discriminados, como Michele del Vecchio, que sofria piadas por não ser batizado. Carlo nunca o tratou de forma diferente, mostrando tolerância e empatia.

A doença e a entrega a Deus

Em 1º de outubro de 2006, Carlo procurou atendimento médico por causa de uma inflamação na garganta. Dias depois, surgiram sintomas mais graves, como sangue na urina. Após exames, foi diagnosticado com uma forma agressiva e incurável de leucemia.

Mesmo diante do sofrimento, Carlo ofereceu sua dor “pelo Papa Bento 16 e pela Igreja”. Faleceu em 12 de outubro de 2006, aos apenas 15 anos. Sua vida curta, mas intensa em fé e amor, rapidamente se tornou inspiração para jovens católicos do mundo inteiro.

*com informações de Folhapress