O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, que atualmente enfrenta baixos índices de popularidade, anunciou nesta quarta-feira (14/8) que desistiu da reeleição como líder do partido e, em consequência, de seguir à frente do governo do país.
O Partido Liberal Democrático (PLD), a legenda conservadora que governa o Japão de maneira quase ininterrupta desde 1945, escolherá em setembro o seu novo presidente que, seguindo a tradição nipônica, também assumirá o cargo de chefe de Governo.
Kishida tem 67 anos e está no poder desde 2021. Ele disse em seu discurso:
“É necessário demonstrar ao povo que o PLD está mudando e que o partido é um novo PLD. Para isto, são importantes eleições transparentes e abertas, além de um debate livre e vigoroso. O primeiro passo mais óbvio para demonstrar que o PLD vai mudar é que eu me afaste”.
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A imagem dele foi abalada pela alta da inflação e recentes escândalos envolvendo o partido. Em novembro do ano passado, ele anunciou um pacote de estímulo de mais de 100 bilhões de dólares (545 bilhões de reais na cotação atual) para revitalizar a economia, mas o plano não reduziu a insatisfação entre os eleitores e dentro do próprio partido. O primeiro-ministro também escapou de um ataque com uma bomba de fabricação caseira no ano passado.
Kishida poderia seguir no governo, em tese, até 2025, mas as especulações sobre uma possível antecipação eleitoral eram cada vez mais intensas no país. Muitos líderes do PLD consideram que o partido, que sofreu três derrotas em eleições locais este ano, poderia ter um desempenho muito ruim em eleições antecipadas, segundo a emissora NHK.
Nas ruas de Tóquio, alguns eleitores expressaram à rede NHK o desejo de renovação na política nipônica. Akito Kashino, de 26 anos, disse:
“Eu gostaria de ver alguém mais jovem no poder. Até agora só vimos políticos muito velhos liderando o nosso país, por isso alguém mais jovem e mais eficiente pode ser algo bom”.
Com informações de UOL