A presidente da Hungria, Katalin Novák, anunciou sua renúncia neste sábado (10/02). Novák vinha sendo pressionada após ter perdoado um homem pedófilo condenado por ser cúmplice de ajudar a encobrir um caso de abuso sexual em um orfanato.
“Eu cometi um erro. Hoje é o último dia em que me dirijo a vocês como presidente”, disse Novák em um discurso transmitido pela televisão estatal.
Em abril de 2023, Novák concedeu um perdão presidencial a dezenas de pessoas, antes de uma visita do Papa Francisco ao país, entre elas o vice-diretor de um lar infantil que ajudou um ex-diretor a esconder seus crimes.
O diretor foi condenado a 8 anos de prisão por abusar sexualmente de vários meninos menores de idade entre 2004 e 2016. O vice-diretor foi condenado a mais de 3 anos. Na última sexta-feira (9/02), cerca de mil pessoas foram às ruas em Budapeste, capital da Hungria, para protestar contra a presidente e pedindo sua renúncia.
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A presidente afirmou na terça-feira (06/02), que nunca perdoaria um pedófilo, incluindo neste caso. Ela disse que sua motivação não era pública e que todos os indultos são polêmicos por natureza. Seu gabinete não respondeu aos questionamentos feitos.
O primeiro-ministro conservador, Viktor Orbán, que tenta agora conter o custo político do escândalo e cujo partido está iniciando campanha para as eleições do Parlamento Europeu, em junho, submeteu uma Emenda Constitucional ao Parlamento na quinta-feira (08/02), tirando da presidente o direito de perdoar crimes contra crianças.