O aquecimento global é uma realidade: um comunicado divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta quinta-feira (27) aponta que o atual mês de julho está a caminho de se tornar o mês mais quente de toda a série histórica de medições.
A afirmação tem como base os dados do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), um observatório financiado pela União Europeia. O Copernicus registrou nas primeiras três semanas deste mês uma temperatura média global acima de qualquer outro período equivalente já monitorado desde 1940, quando começaram as medições.
Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, afirmou:
“As emissões antropogênicas (causadas pelo homem) são, em última análise, o principal impulsionador desse aumento de temperatura. O recorde de julho provavelmente não será um caso isolado este ano”.
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Dados do Copernicus revelam que o mês de julho atual responde por 21 dos 30 dias com a maior média global de temperatura do ar. Os valores recordes oscilam entre 16.8°C e se aproximam de 17.1°C. Em 6 de julho, a temperatura média global do ar foi de 17.08°C, ultrapassando a maior marca registrada anteriormente, em agosto de 2016, de 16.8°C.
Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, declarou:
“O clima extremo que afetou muitos milhões de pessoas em julho é, infelizmente, a dura realidade da mudança climática e um prenúncio do futuro”.
Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, também se pronunciou, afirmando:
“A mudança climática está aqui. É aterrorizante. E é apenas o começo”.
Nas últimas semanas, ondas de calor assolaram a América do Norte, Europa e Ásia, acompanhadas por incêndios na Grécia e Canadá e impactos econômicos e de saúde. A China, também afetada por onda de calor, estabeleceu um novo recorde nacional de temperatura de 52,2°C, em 16 de julho.