O Chile convocou seu embaixador na Venezuela, Jaime Gazmuri, para retornar ao país nesta terça-feira (7/1). A medida foi tomada a poucos dias da posse do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Convocar o embaixador é considerada uma medida de repreensão ou de desagrado, em termos diplomáticos.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores chileno, a convocação ocorreu justamente por conta da posse de Maduro, fruto do que chamou de “fraude eleitoral”.
Em nota, o ministério afirmou:
“O Governo do Chile decidiu pôr fim à missão de seu embaixador na Venezuela, o senhor Jaime Gazmuri. Essa medida responde à evolução dos acontecimentos a partir das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024 na Venezuela, após as quais Nicolás Maduro afirmou que continuará sendo o Presidente daquele país a partir de 10 de janeiro, como resultado da fraude eleitoral perpetrada por seu regime”.
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O embaixador era o último representante do governo chileno em território venezuelano. O restante do corpo diplomático, que ficavam na embaixada na capital Caracas, já tinha sido expulso do país em agosto.
A posse de Maduro está marcada para sexta-feira (10), e a tensão entre a Venezuela e outros países da região está voltando à tona.
Maduro cortou relações diplomáticas com o Paraguai na segunda-feira após o governo paraguaio ter anunciado apoio a seu opositor, Edmundo González. Já este, por sua vez, está fazendo um “tour” por diversos países das Américas –já passou por Argentina, Uruguai e Estados Unidos – falando sobre a situação da Venezuela. González disse que irá ao país na sexta para assumir à presidência.
As eleições da Venezuela
No final de julho de 2024, o órgão eleitoral da Venezuela deu a vitória da eleição presidencial ao atual presidente, Nicolás Maduro, que foi reeleito para um terceiro mandato. O resultado da eleição foi amplamente contestado, tanto internamente por opositores, quanto internacionalmente. O resultado do pleito gerou protestos por todo o país.
O Brasil não chegou a romper relações com a Venezuela, mas o governo Lula nunca reconheceu a vitória de Maduro.