O planeta Terra registrou o dia mais quente de sua história nesta última segunda, 03/07, de acordo com análises preliminares do Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, um serviço ligado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês).
A medição apontou que, na segunda, a temperatura média global passou dos 17 ºC pela primeira vez desde o início das medições. O recorde anterior foi de 24 de julho do ano passado, quando foi registrado 16,92°C. O centro iniciou as medições da temperatura em 1979.
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Entre os responsáveis pelo aumento, estão as ondas de calor observadas em diversas partes do mundo, como nos EUA nas últimas semanas e na China, afetada por uma onda de calor contínua em torno de 35 ºC. Também o norte da África registrou temperaturas próximas a 50 ºC.
O aumento da temperatura global também deixou suas marcas na região ártica. Na Groelândia, ilhas de neve e gelo derreteram com o calor. Imagens da Ilha de Nares, no norte do país, feitas pelo satélite Sentinel-2 entre os dias 29 de junho e 3 de julho, mostram que a camada de neve da ilha derreteu em apenas 4 dias, deixando expostas as calotas de gelo.
O aquecimento já demonstra consequências pelo mundo. No Vietnã, produtores de arroz passaram a trabalhar à noite durante os verões, cada vez mais quentes. No México, mais de 100 pessoas morreram entre 12 e 25 de junho devido ao calor extremo que atinge regiões do norte do país. E na Espanha, os termômetros ultrapassaram os 44 °C na Andaluzia (sul) no fim de junho.
O cientista climático Friederike Otto, do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do Imperial College London, no Reino Unido, disse:
“Este não é um marco para celebrar. Trata-se de uma sentença de morte para pessoas e ecossistemas”.
Efeito estufa provocado pela queima de combustíveis fósseis é considerado o principal fator para o aquecimento global. Zeke Hausfather, pesquisador cientista da Berkeley Earth, disse em um comunicado:
“Infelizmente, isso promete ser apenas o primeiro de uma série de novos recordes estabelecidos este ano, à medida que as emissões crescentes de [dióxido de carbono] e gases de efeito estufa, juntamente com um El Niño crescente, levam as temperaturas a novas alturas”.