O Vaticano se prepara para um encontro global nesta quarta, 4, e por isso cinco cardeais conservadores enviaram perguntas ao papa Francisco. Entre os questionamentos, estava um pedido de esclarecimento a respeito da postura de Igreja quanto a casais do mesmo sexo.
Em resposta a perguntas desses cardeais da Ásia, Europa, África, Estados Unidos e América Latina, o papa afirmou que acredita que é possível abençoar uniões do mesmo sexo, desde que sejam decididas caso a caso e não confundidas com cerimônias de heterossexuais.
A troca de correspondência ocorreu em julho e foi divulgada recentemente pelos próprios cardeais, fazendo saber que não ficaram satisfeitos com as respostas de Francisco. Já na segunda, 2, o próprio Vaticano decidiu publicar a resposta do sumo pontífice.
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Em sua resposta, Francisco afirma, em sete pontos, que o sacramento do matrimônio só pode ocorrer entre um homem e uma mulher e aberto à procriação. Porém, diz o papa, “a caridade pastoral deve permear todas as nossas decisões e atitudes”. Ele também afirma:
“A prudência pastoral deve discernir adequadamente se existem formas de bençãos, solicitadas por uma ou mais pessoas, que não transmitam uma concepção equivocada do casamento.
Porque quando se pede uma benção, expressa-se um pedido de ajuda a Deus, um apelo para viver melhor, uma confiança em um pai que pode ajudar a viver melhor”.
Tem se tornado relativamente comum na Alemanha, por exemplo, a prática de padres que abençoam casais do mesmo sexo com relacionamento sério. Sobre isso, especificamente, Francisco deixa a sugestão em sua resposta de que o assunto seja tratado caso a caso, “porque a vida da Igreja corre em canais além das normas”.
No passado, Francisco já tinha manifestado apoio a leis civis que estendem benefícios legais a cônjuges do mesmo sexo.