Papa Leão XIV recebe pela primeira vez vítimas de abuso sexual na Igreja Católica

Membros da ONG Ending Clergy Abuse, que dá assistência a vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do alto clero da Igreja Católica (Foto: Guglielmo Mangiapane/ Reuters).
O papa Leão XIV se encontrou nesta segunda-feira (20/10) com sobreviventes de abuso sexual cometido pelo clero da Igreja Católica. O encontro ocorreu em Roma, na Itália, próximo ao Vaticano.
Esta foi a primeira vez que o novo pontífice se reuniu com pessoas ligadas a casos de abuso dentro da Igreja. Leão XIV se reuniu com representantes da Ending Clergy Abuse, uma coalizão internacional de sobreviventes de abuso sexual. O grupo disse que o encontro durou cerca de uma hora e foi “um momento significativo de diálogo”. Ao todo, seis sobreviventes da coalizão participaram do evento com o papa.
Segundo a organização, o pontífice concordou em manter um diálogo permanente enquanto eles pressionam por uma política de tolerância zero para abusos na Igreja Católica.
A Ending Clergy Abuse vem fazendo campanha para universalizar a política de abuso da Igreja nos Estados Unidos. Entre outras coisas, a política exige a remoção permanente do ministério de um padre com base em um único ato de abuso sexual que seja admitido ou comprovado de acordo com a lei da Igreja.
Essa política existe nos EUA e virou lei, mas não é adotada em outros países. O pontífice reconheceu que “havia grande resistência” à ideia de uma lei universal de tolerância zero, disse Tim Law, cofundador da ECA. Mas Law afirmou ter informado a ele que a ECA queria trabalhar com ele e o Vaticano para levar a ideia adiante.
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Leão XIV já se encontrou com sobreviventes de abusos cometidos pelo clero e foi o interlocutor para ouvir as vítimas na Conferência Episcopal Peruana quando era bispo. Mas o primeiro papa americano da história reconheceu a importância de se reunir com a ECA como uma organização ativista, disseram os membros em uma coletiva de imprensa.
Antes dele, o Papa Francisco e o Papa Bento XVI também se encontraram com vítimas individuais, mas mantiveram ativistas e grupos de defesa à distância.
*Com informações de UOL e G1
