O conclave realizado no Vaticano elegeu nesta quinta-feira (8/5) o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost como novo papa da Igreja Católica. Ele escolheu ser chamado como Leão XIV, retomando um nome papal que não era utilizado desde 1878, quando o italiano Gioacchino Pecci assumiu o papado como Leão XIII.
A escolha do nome é carregada de simbolismo. “Leão” já foi adotado por mais de uma dezena de pontífices, tendo como referência São Leão Magno, figura histórica reverenciada por sua liderança espiritual, defesa da fé, habilidade diplomática e papel crucial na consolidação da doutrina da Igreja. Ele é reconhecido como Doutor da Igreja e um dos papas mais influentes da história.
Leão XIII, o último a adotar o nome antes de Prevost, teve um papado marcante iniciado em 1878 e ficou conhecido por promover um diálogo inovador com o mundo moderno. Seu pontificado durou mais de 25 anos e é lembrado principalmente pela encíclica Rerum Novarum, de 1891, que lançou as bases da Doutrina Social da Igreja. Esse documento abordou temas como justiça social, direitos dos trabalhadores e papel do Estado, e é considerado um divisor de águas na relação da Igreja com os problemas sociais do século XIX.
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Além disso, Leão XIII valorizou o estudo filosófico, em especial o pensamento de Tomás de Aquino, incentivando o resgate da escolástica como ferramenta para unir fé e razão. Ele também foi o primeiro papa a aceitar a perda dos Estados Pontifícios de forma pragmática, optando por fortalecer a autoridade espiritual da Igreja em vez de seu poder político.
No campo das relações internacionais, Leão XIII foi responsável por ampliar a diplomacia vaticana, restabelecendo laços com diversos países após os conflitos políticos do século anterior. Outra marca de seu pontificado foi a devoção ao Rosário — ele escreveu doze encíclicas sobre o tema, ganhando o título de “Papa do Rosário”.
Com a eleição de Leão XIV, o Vaticano dá início a um novo capítulo que remete a um legado de diálogo, espiritualidade e protagonismo social. Espera-se que o novo papa, assim como seus antecessores que adotaram o mesmo nome, busque conduzir a Igreja com equilíbrio entre tradição e abertura ao mundo contemporâneo.