O chefe do comitê militar da Otan, Rob Bauer, disse nesta sexta-feira (19/01) que a aliança militar do Ocidente está se preparando para um eventual conflito com a Rússia, em meio à guerra na Ucrânia, que “nem tudo é planejável”, e que “nem tudo será fácil nos próximos 20 anos”.
“Eu não estou dizendo que dará errado amanhã, mas temos que perceber que não é certo que estaremos em paz. É por isso que temos planos e é por isso que estamos nos preparando para um conflito com a Rússia e grupos terroristas”, continuou o militar.
Mesmo assim, Bauer deixou claro que uma eventual guerra com Moscou só aconteceria se a Otan fosse atacada.
“Não estamos buscando nenhum conflito, mas se eles nos atacarem, temos que estar preparados”, reforçou o almirante.
Em Bruxelas, sede da aliança, o almirante ainda disse que a Otan precisa de uma transformação bélica para o momento. Segundo ele, no passado, os governos viviam em uma realidade em que tudo era “abundante, previsível, controlável e focado na eficiência”. Ele também reforçou que a Ucrânia, em guerra com a Rússia, continuará tendo o apoio da Otan no futuro porque “o resultado deste conflito vai determinar o destino do mundo”.
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Otan fará maior exercício militar desde a Guerra Fria
Exercício Militar
A declaração de Bauer ocorre na mesma semana em que a Otan anunciou que vai realizar os maiores exercícios militares da aliança desde a guerra fria. Cerca de 90 mil soldados estarão envolvidos.
Os exercícios, chamados Steadfast Defender 2024, ocorrerão até maio, disse o principal comandante da Otan, Chris Cavoli, nesta quinta-feira (18/01). Será simulado, por exemplo, como as tropas dos Estados Unidos podem reforçar os aliados europeus em países que fazem fronteira com a Rússia e no flanco oriental da aliança.
Cavoli afirmou que os exercícios irão simular a execução dos planos regionais da Otan, os primeiros planos de defesa que a aliança elaborou em décadas, detalhando como responderia a um ataque russo.
Os últimos exercícios de dimensão semelhante foram o Reforger, durante a Guerra Fria, em 1988, com 125 mil participantes, e o Trident Juncture, em 2018, com 50 mil participantes, segundo a Otan.