Após uma visita de 17 dias em Israel, a representante especial da ONU sobre Violência Sexual em Conflitos relatou nesta segunda-feira (04/03) que ela e uma equipe de especialistas encontraram “informações claras e convincentes” de estupro e tortura sexualizada cometida contra reféns capturados durante os ataques desde o dia 07 de outubro do ano passado.
Pramila Patten acrescentou, durante coletiva de imprensa, após a divulgação do relatório, que também há motivos razoáveis para acreditar que essa violência, que inclui outros “tratamentos cruéis, desumanos e degradantes”, pode continuar contra aqueles que ainda estão detidos pelo Hamas e outros extremistas na Faixa de Gaza.
O relatório de seu gabinete foi resultado de uma visita oficial a Israel, a convite do governo, que incluiu uma visita à Cisjordânia ocupada, entre 29 de janeiro e 14 de fevereiro.
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No ataque do Hamas em 7 de outubro, a equipe da missão da ONU constatou que há motivos para acreditar que a violência sexual relacionada ao conflito ocorreu em vários locais, incluindo estupro coletivo em pelo menos três locais no sul de Israel.
A equipe também encontrou um padrão de vítimas: a maioria mulheres, encontradas total ou parcialmente nuas, amarradas e baleadas em vários locais, o que “pode ser indicativo de algumas formas de violência sexual”.
A missão, composta por Patten e nove especialistas não tinha finalidade investigativa, mas realizou 33 reuniões com representantes israelenses, examinando mais de 5 mil imagens fotográficas e 50 horas de filmagens em vídeo.
Foram realizadas 34 entrevistas confidenciais, inclusive com sobreviventes e testemunhas dos ataques de 7 de outubro, reféns libertados, socorristas e outros. O relatório afirma que as autoridades israelenses enfrentaram vários desafios na coleta de provas.