Dima levava uma vida normal de adolescente antes da guerra. Morava com os pais, saia com os amigos, estava frequentemente no telefone e às vezes brigava com as irmãs. Agora, em um cemitério nos arredores de seu vilarejo, Dima observa as coroas de flores em cores vivas cobrirem os túmulos recém cavados de seus pais e avós paternos.
A maioria das pessoas ainda está aterrorizada pelo que aconteceu. “Nunca esquecerei os funerais, quando essas crianças estavam ali, em silêncio e solitárias, de mãos dadas”, conta Diana Nosova, que mora na área. “Partiu meu coração.”
Após o ataque, alguns órfãos decidiram mudar-se para uma área mais segura, incluindo Vlad, de 14 anos. Ele foi morar no oeste da Ucrânia com a tia depois que a mãe, o avô, o tio e o primo de oito anos morreram.
Essas são só umas das histórias extremamente dolorosas que milhões de cidadão ucranianos passaram, e passam até hoje com esses dois anos de guerra. Kharkiv teve pouco descanso da violência desde o início da guerra em fevereiro de 2022. A região, incluindo Hroza, foi capturada pelas forças russas no início da invasão.
Após uma grande contra-ofensiva em setembro de 2022, foi reconquistada pela Ucrânia. Mas o enfrentamento continua, e a região é frequentemente alvo de ataques de drones, bombas e mísseis russos.