Cerca de 3.000 soldados estão na penitenciária de Guayaquil, no sudoeste do Equador desde terça-feira (25), para retomar o controle do presídio. O local foi palco de um novo massacre carcerário que deixou 31 mortos e 14 feridos, segundo as forças armadas.
A intervenção foi necessária após confronto entre facções criminosas vinculadas ao narcotráfico que estão ocorrendo desde o domingo (23). A ordem para forças policiais adentrarem os presídios veio do presidente Guillermo Lasso, ao declarar o sistema penitenciário em emergência por 60 dias.
Histórico:
Desde fevereiro de 2021, as prisões equatorianas são cenário de massacres recorrentes, que já deixaram mais de 420 detentos assassinados e um rastro de terror, com corpos decapitados e cremados.
Paralelamente à operação em Guayaquil, surgiram focos de violência na província de Esmeraldas, que faz fronteira com a Colômbia, e em sua capital, de mesmo nome, o que o governo atribuiu ao combate contra os grupos criminosos que atuam a partir das prisões e disputam as rotas do narcotráfico.
Controle de grupos criminosos
Guayaquil é um centro de operações do narcotráfico no Equador. Localizado entre a Colômbia e o Peru – principais produtores mundiais de cocaína – o país apreendeu 455 toneladas de drogas desde que Lasso assumiu o cargo, em maio de 2021. No mesmo ano, o recorde anual de apreensões de drogas foi registrado em aproximadamente 210 toneladas.
Dados:
Um censo recente estabeleceu que, nas 36 prisões do Equador, com capacidade para aproximadamente 30.000 pessoas, há uma população de 31.321 presos, a maioria por narcotráfico.