Na quarta (5/3), o presidente da França, Emmanuel Macron, fez um pronunciamento à nação no qual classificou a Rússia como uma ameaça à Europa e defendeu a união do continente em defesa da Ucrânia. Ele também afirmou que vai discutir com líderes europeus a possibilidade de colocar o arsenal nuclear francês à disposição de aliados como força de dissuasão.
Macron também criticou a administração Trump por seu alinhamento a Moscou e pela guerra tarifária lançada contra aliados, como o Canadá.
Ele afirmou:
“O futuro da Europa não precisa ser decidido em Washington ou Moscou. E sim, a ameaça volta a vir do Leste e a inocência, por assim dizer, dos últimos 30 anos, desde a queda do Muro de Berlim, acabou agora”.
Desde a saída do Reino Unido da União Europeia, a França é o único país do bloco a ter um arsenal nuclear.
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Rússia reage fortemente à fala de Macron
Nesta quinta (6), o Kremlin condenou veementemente a fala do presidente francês. O porta-voz russo, Dmitry Peskov, disse que a retórica nuclear de Macron representa uma ameaça à Rússia e os comentários do líder francês indicam que a França busca prolongar a guerra na Ucrânia.
Peskov declarou:
“O discurso de Macron é realmente extremamente combativo. Dificilmente pode ser visto como um discurso de um chefe de Estado que está pensando na paz. Pelo contrário, do que foi dito, pode-se concluir que a França está mais focada na guerra, na continuação da guerra”.
Sob a liderança de Macron, a França forneceu armas à Ucrânia e afirmou estar disposta a considerar o envio de tropas para garantir a implementação de um eventual acordo de paz. Peskov voltou a dizer nesta quinta-feira que a Rússia considera inaceitável a presença de tropas pacificadoras da Otan na Ucrânia. Caso isso ocorresse, a Rússia consideraria tal ação como entrada oficial desses países na guerra.
Putin, inclusive, teria ameaçado usar armas nucleares caso a Otan interviesse no conflito.
*Com informações de G1