John Kerry, o ex-senador e ex-secretário de estado dos Estados Unidos, enviado especial do país à conferência ambiental COP27 no Egito, falou hoje, 15, sobre sua expectativa de reunião com o presidente eleito do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, que deve ocorrer à tarde. Lula também está em Sharm El-Sheik, no Egito, para participar da Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Ao ser perguntado pela BBC News sobre repasses para a iniciativa do Fundo Amazônia, Kerry declarou:
“Vamos analisar… Obviamente eu quero ter a chance de conversar [com Lula], mas estou confiante de que ele vai promover uma completa guinada nas políticas. Estamos animados para trabalhar com ele e confiantes de que faremos tudo o que podemos [para preservar a Amazônia]”.
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O Fundo Amazônia, que possui cerca de US$ 1 bilhão em recursos doados pela Noruega e pela Alemanha, durante o governo Jair Bolsonaro ficou paralisado em virtude dos aumentos crescentes do desmatamento da floresta e pela desconfiança desses países com a política ambiental brasileira. Estados Unidos e outros países da União Europeia também cessaram negociações de cooperação na preservação da Amazônia com o Brasil.
Na conferência, Kerry já se reuniu com a deputada Marina Silva, nome mais cotado para assumir o Ministério do Meio Ambiente no governo Lula.
Representantes de quase 200 nações estão reunidos no Egito com o objetivo de discutir novos compromissos para garantir a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C. Nos últimos anos o Brasil andou na contramão do controle do aquecimento global, com desmatamento da Amazônia registrando em 2021 como o maior em 15 anos, e o volume de emissões de gás carbônico do país sendo o maior em 16 anos. Bolsonaro não comparece à COP27, com o governo brasileiro sendo oficialmente representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.