Nesta sexta-feira (20), o governo de Israel anunciou regras, que visam fechar emissoras internacionais no país para as transmissões no país, durante a guerra com o Hamas, alegando que algumas coberturas “prejudicam a segurança nacional”. A implementação entrará em vigor dependendo dos procedimentos burocráticos, diz o site Metrópoles.
“Israel está em guerra em terra, no ar, no mar e na frente da diplomacia pública. Não permitiremos de forma alguma transmissões que prejudiquem a segurança do Estado”, disse o ministro das Comunicações israelense, Shlomo Karhi, em nota.
Críticas a Israel
Segundo as informações do site Metrópoles, toda a censura dos canais estrangeiros foi fortalecida pelas críticas recebidas por Israel, por parte da mídia, principalmente a árabe, pela atuação na Faixa de Gaza.
O último episódio do governo de Benjamin Netanyahu, após o bombardeio do hospital Ahli Arab, no norte de Gaza, Israel foi afrontado em sua versão, ao apontar que a Jihad Islâmica teria sido o responsável pelo lançamento do míssil.
A Jihad Islâmica negou o ataque e a emissora Al Jazeera, trouxe supostas provas de que o disparo foi feito por forças israelenses.
No comunicado divulgado na manhã desta sexta, a emissora financiada pelo governo do Catar é a única citada, dando a entender ser o principal alvo do governo de Israel.
“As transmissões e reportagens do canal Al Jazeera constituem um incitamento contra Israel, servido ao Hamas e Daesh (Estado Islâmico) e às organizações terroristas na propaganda e encorajando a violência contra Israel, prejudicando assim a segurança do Estado”, disse o ministro.
Ainda de acordo com as informações do ministro Shlomo Karhi, as regras de transmissão passarão pelo crivo do Ministro da Defesa, Yoav Gallant, e do Gabinete de Segurança sem empecilhos.
Jornalistas em área de perigo
O governo de Israel é criticado por sua atuação pela imprensa internacional, em especial contra jornalistas que cobrem os conflitos no contexto da atuação israelense na Palestina.
O último caso mais representativo, em 2022, a correspondente da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh foi morta com um tiro na cabeça em Jenin, na Cisjordânia ocupada, mesmo identificada como profissional da imprensa.
Jornalistas presentes no local afirmaram que, no momento do assassinato, não havia um combate com palestinos e que o tiro seria do Exército israelense.
Israel, na época, negou que o disparo teria partido de seus soldados, mesmo com diversos jornalistas presentes no local afirmando que no momento do assassinato não havia um combate com palestinos.
*Com informações Metrópoles