Pelo menos quatro foragidas dos ataques de 8 de Janeiro em Brasília foram presas ao tentar entrar ilegalmente nos EUA — três delas no dia seguinte à posse de Donald Trump, em janeiro. A informação foi confirmada nesta segunda (17/3) pela Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA, que também afirmou que as foragidas “aguardam a expulsão para seus países de origem”.
As mulheres — três condenadas por crimes no 8/1, entre eles, tentativa de golpe de Estado, e uma ré com mandados de prisão no Brasil — estão detidas em solo norte-americano há mais de 50 dias.
As quatro foragidas fazem parte do grupo de extremistas que deixou o Brasil após suas condenações e se refugiou na Argentina. Mais tarde, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ameaçou pedir a extradição desses fugitivos, essas pessoas fugiram novamente, agora para os EUA.
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Quem são as foragidas?
Raquel Souza Lopes, de Joinville (SC), tentou entrar nos EUA em 12/1. Está presa na detenção da ICE em Raymondville, no Texas;
Rosana Maciel Gomes, de Goiânia (GO); Michely Paiva Alves, de Limeira (SP), e Cristiane da Silva, de Balneário Camboriú (SC), tentaram entrar nos EUA em 21/1. Estão presas na detenção da ICE em El Paso, no Texas.

Raquel tem 51 anos. Foi condenada a 17 anos de prisão por cinco crimes no 8/1, como golpe de Estado, associação criminosa e dano ao patrimônio público. Tem mandado de prisão em aberto no Brasil. Raquel nega ter destruído bens.
Rosana tem 51 anos. Foi condenada a 14 anos de prisão por cinco crimes no 8/1. Tem dois mandados de prisão em aberto e uma ordem de extradição na Argentina. Sua defesa alega que ao presenciar os atos de vandalismo em 8/1, ela teria ficado em choque e não destruiu nada.
Michely tem 38 anos, era comerciante no Brasil e ré por cinco crimes no 8/1. Chegou a se candidatar a vereadora de sua cidade pelo Podemos enquanto respondia a processo criminal no STF. Tem mandado de prisão em aberto. A PF apresentou provas de que ela organizou ônibus para levar manifestantes a Brasília.
Cristiane tem 33 anos. Foi condenada pelo STF a um ano de prisão por associação criminosa e incitação ao crime no 8/1. Tem mandado de prisão no Brasil. Sua defesa alega que ela foi a Brasília “para passear”.
Segundo a ICE, as quatro prisões das foragidas foram feitas pelo patrulhamento de fronteira porque elas “entraram ilegalmente no país”. Nota divulgada pela instituição afirma:
“A Patrulha de Fronteira dos EUA prendeu as […] estrangeiras no mesmo dia e as processou como expulsões aceleradas”.
As chamadas “expulsões aceleradas” são processos mais rápidos de deportação. A medida é usada “para deportar muitos estrangeiros sem uma audiência diante de um juiz de imigração”, afirma a ONG norte-americana Liberdade para os Imigrantes.
Com informações de UOL.