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Estudo mostra que semaglutida reduz risco de infarto, AVC e morte em pacientes com obesidade e doenças cardiovasculares

Estudo mostra que semaglutida reduz risco de infarto, AVC e morte em pacientes com obesidade e doenças cardiovasculares

Estudo de vida real comparou pacientes com obesidade em tratamentos com Wegovy e Mounjaro; entenda

Um novo estudo apresentado neste domingo (31/8) no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC), em Madrid, aponta que a semaglutida pode reduzir em 57% o risco de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) ou morte por complicações cardiovasculares em pacientes com sobrepeso ou obesidade e doença cardiovascular (DCV).

A pesquisa, conduzida pela farmacêutica Novo Nordisk, comparou a eficácia do Wegovy (semaglutida 2,4mg) com o Mounjaro (tirzepatida 15mg). O estudo, chamado STEER, analisou dados de mais de 21 mil pacientes norte-americanos com 45 anos ou mais, todos com obesidade e DCV, mas sem histórico de diabetes.

Os participantes foram divididos em dois grupos de tratamento. Durante o período de acompanhamento, o grupo que usou Wegovy registrou apenas 15 eventos cardiovasculares (0,1%), enquanto o grupo que utilizou Mounjaro teve 39 ocorrências (0,4%).

Obesidade no Brasil

A obesidade afeta cerca de 31% da população adulta brasileira, segundo o Atlas Mundial da Obesidade para 2025, enquanto 37% estão com sobrepeso. Considerada uma doença crônica pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade aumenta o risco de doenças cardíacas, diabetes, osteoartrite e depressão, impactando diretamente a qualidade de vida.

Metodologia do estudo

O STEER seguiu a metodologia de “vida real”, analisando dados de compras dos medicamentos e condições de saúde dos pacientes, por meio do banco de dados Komodo Research. Por ser um estudo retrospectivo, não é possível confirmar se todos os pacientes tomaram os medicamentos corretamente, o que pode influenciar os resultados.

Segundo a professora de medicina cardiovascular da UC San Diego (EUA), Pam Taub, que não participou da pesquisa, os achados são relevantes. “O problema com esses estudos de vida real é que você não controla fatores. Mas ainda são dados muito interessantes. A grande perspectiva é que o Wegovy tem impacto em resultados cardiovasculares”, afirmou.

Ela reforça que não é possível definir qual medicamento é melhor, já que o tratamento deve ser personalizado. “Alguns pacientes podem ter intolerância com uma droga e responder melhor à outra. É importante ter múltiplas opções para nossos pacientes”, explicou.


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Benefícios que vão além da perda de peso

Pam Taub destaca que os medicamentos impactam diretamente na longevidade e na qualidade de vida, melhorando parâmetros como pressão arterial, colesterol, hemoglobina A1c e gordura corporal. “Não são apenas sobre perda de peso. São remédios que melhoram indicadores importantes para a saúde a longo prazo e ajudam a reduzir o estigma associado”, disse.

Henrik Jorlav, vice-presidente global da área médica de Doença Cardiorrenal Metabólica e Alzheimer da Novo Nordisk, reforçou que o objetivo da pesquisa é melhorar a vida dos pacientes. “A obesidade limita tarefas simples do dia a dia, como caminhar pequenas distâncias. Quando conseguimos melhorar isso, transformamos a vida das pessoas”, destacou.

O estudo reforça a importância de médicos entenderem os benefícios de cada medicamento para oferecer tratamentos personalizados, de acordo com as necessidades de cada paciente.

 

*Com informações de Correio Braziliense.