Descoberta no asteroide Ryugu pode revelar segredos do início do Sistema Solar

(Foto: MDPI/Laboratório Nacional de Brookhaven)
Um estudo internacional revelou que amostras do asteroide Ryugu, trazidas à Terra em 2020 pela missão japonesa Hayabusa2, contêm um mineral até então desconhecido em nosso planeta: o hidratado de fosfato de amônio e magnésio (HAMP, na sigla em inglês).
A descoberta foi liderada pelo geocientista Paul Northrup, da Universidade Stony Brook, em parceria com o Laboratório Nacional de Brookhaven (BNL), ambos nos Estados Unidos. Os resultados foram publicados na revista científica Geosciences.
As análises foram feitas em dois grãos de rocha coletados do asteroide, um retirado da superfície e outro do interior do corpo celeste. Para os pesquisadores, o achado pode trazer pistas valiosas sobre os primeiros momentos do Sistema Solar, já que registros geoquímicos desse período foram apagados da Terra ao longo de sua evolução.
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“Relatamos a descoberta de uma classe peculiar de grãos, de até algumas centenas de micrômetros, com composição rica em HAMP. Suas características químicas e físicas sugerem uma origem no Sistema Solar externo”, destacaram os autores no artigo.
Os cientistas usaram técnicas de fluorescência e espectroscopia de absorção de raios-X para examinar as amostras. Os testes revelaram a presença de diversos elementos e minerais, como selênio, manganês, ferro, enxofre, fósforo e cálcio. O fósforo, em especial, apareceu em duas formas: a comum, presente em ossos e dentes, e um raro fosfeto, inexistente até agora em amostras terrestres.

A descoberta reforça o potencial científico das missões espaciais que coletam material em asteroides, capazes de preservar registros que ajudam a compreender a origem da Terra e dos demais planetas do Sistema Solar.
*Com informações do Metrópoles.
