Nesta segunda (20/5), uma colaboração internacional de cientistas alemães e russos revelou que a misteriosa cratera de Batagaika, na Sibéria, Rússia, popularmente conhecida como “porta do inferno“, se expande em ritmo alarmante de até um milhão de metros cúbicos por ano devido ao derretimento do permafrost, que é a camada de solo congelado há milhões de anos e que cobre 25% da superfície terrestre do Hemisfério Norte, sobretudo na Rússia, Canadá e Alasca. É o “cimento gelado” sobre o qual o solo se assenta.
A cratera é localizada na remota República de Sakha, na região oriental da Rússia. Trata-se de um fenômeno natural de um quilômetro de extensão, e em expansão contínua. Ela foi descoberta em 1991 por meio de imagens de satélite.
O permafrost da Sibéria permaneceu congelado por 650 mil anos e, na opinião dos cientistas, é mais uma prova do aquecimento global e do processo de mudança climática ocorrendo no planeta. Quando ele derrete, provoca os sumidouros.
À medida em que a terra mais congelada expulsa o calor, o tamanho da cratera aumenta de maneira significativa.
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Segundo os cientistas, que fizeram um modelo geológico em 3D da cratera, a parede da encosta está retrocedendo cerca de 12 metros por ano, enquanto a seção colapsada, que atualmente atinge 55 metros abaixo da borda, também derrete rapidamente.
Desde 2014, a cratera já cresceu 200 metros, alcançando uma largura de 990 metros. Embora os cientistas já soubessem que a abertura estava se expandindo, esta foi a primeira vez em que foi possível quantificar o volume de gelo em derretimento.
A cratera Batagaika está distante de qualquer grande cidade russa. Porém, seu crescimento tem grande impacto sobre o meio ambiente: Ao se descongelar, a matéria orgânica aprisionada no permafrost se decompõe, liberando dióxido de carbono na atmosfera, o que contribui para o aquecimento global. Estima-se que o degelo da Batagaika libera cerca de 5 mil toneladas de carbono a cada ano.
Além disso, o sumidouro pode liberar potencialmente micróbios antigos e perigosos na atmosfera, que estariam congelados no permafrost. Os cientistas alertam que a humanidade não estaria preparada para o contato com esses microorganismos.
*com informações do G1.