Abu Mohammed al-Jolani, líder do movimento rebelde na Síria, comanda o grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), uma organização islâmica fundamentalista que se destaca na oposição ao regime de Bashar al-Assad. Nesse domingo (08/12), o HTS tomou o controle de Damasco, marcando uma virada no conflito após a fuga do presidente sírio.
Nascido em Riad, na Arábia Saudita, em 1982, al-Jolani mudou-se para a Síria ainda jovem, na companhia da família. Seu pai, crítico ao regime Assad, trabalhava como engenheiro em uma base petrolífera.
A trajetória de al-Jolani ganhou destaque no cenário internacional após sua ida ao Iraque, em 2003, onde se uniu a grupos como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda. Detido pelos EUA em 2006, ficou preso por cinco anos antes de retornar à Síria em 2011.
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Foi em 2013 que al-Jolani fundou o HTS, rompendo com a Al-Qaeda para criar uma força que ele considerasse “mais moderada”. Apesar disso, o grupo é classificado como terrorista pela ONU.
Nos últimos anos, al-Jolani tem adotado uma imagem mais pragmática, trocando o tradicional turbante jihadista por uniformes militares, numa tentativa de distanciar-se da violência associada a grupos fundamentalistas.
Apesar de suas aparições públicas, Abu Mohammed al-Jolani permanece na lista de procurados pelos Estados Unidos, que oferecem uma recompensa de 10 milhões de dólares por informações que levem à sua captura.
Hayat Tahrir al-Sham (HTS)
A HTS, liderada por al-Jolani, é um grupo islâmico fundamentalista que defende a implementação da Sharia, a lei islâmica, através da jihad, ou “guerra santa”. Inicialmente filiado à Al-Qaeda, o grupo se tornou uma das facções mais organizadas e influentes na luta contra o governo de Assad, que adota uma postura secular, ou seja, separa o governo da religião.
*Com informações de Al Jazeera