Cecilia Giménez, autora da restauração do Ecce Homo, morre aos 94 anos

(Foto: reprodução)
Cecilia Giménez, moradora da cidade espanhola de Borja e conhecida mundialmente pela restauração amadora do quadro religioso Ecce Homo, morreu nesta segunda-feira (29/12), aos 94 anos. A informação foi confirmada pelo prefeito do município, Eduardo Arilla. A causa da morte não foi divulgada.
Giménez ganhou notoriedade internacional em 2012 após intervir, sem autorização oficial, em uma pintura do início do século 20 localizada no Santuário da Misericórdia, na província de Zaragoza. A tentativa de recuperação da imagem acabou alterando completamente a obra original, assinada pelo artista Elías García Martínez, e rapidamente viralizou nas redes sociais e na imprensa internacional.
O episódio transformou Borja em um destino turístico inesperado. O santuário passou a receber milhares de visitantes interessados em conhecer o caso que ficou conhecido como uma das restaurações mais controversas da história da arte. À época, a pintura já apresentava danos causados pelo tempo, umidade e salinidade do ambiente.
Após a repercussão negativa inicial, Cecilia assumiu publicamente a responsabilidade pela intervenção e procurou as autoridades locais. Anos depois, em entrevistas à imprensa internacional, relatou o impacto emocional causado pela exposição repentina, marcada por críticas, assédio da mídia e forte pressão pública.
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Com o passar do tempo, no entanto, a percepção sobre o episódio mudou. A restauração passou a ser vista como um fenômeno cultural e turístico, responsável por projetar Borja internacionalmente e impulsionar a economia local. Giménez chegou a afirmar que, apesar das dificuldades enfrentadas, o caso acabou trazendo benefícios à cidade e ao próprio santuário.

Cecilia Giménez viveu toda a vida em Borja e era conhecida por seu envolvimento com atividades artísticas e comunitárias. Sua morte encerra a história de uma personagem que, de forma inesperada, marcou o debate global sobre patrimônio cultural, restauração artística e os limites entre preservação e intervenção.
*Com informações do G1.






