“Na complexa mistura de gases e partículas que os incêndios florestais expelem como fumaça e deixam para trás como poeira, metais pesados como cromo têm sido amplamente negligenciados”, disse o professor em um comunicado à imprensa.
Certos processos químicos naturais podem desencadear uma transformação do metal de uma forma benigna, chamada cromo 3, em um carcinógeno chamado cromo hexavalente, ou cromo 6.
Pelo filme do ano 2000, “Erin Brockovich”, a toxina ficou conhecida, por provocar câncer, danos nos órgãos e outros problemas de saúde, com a história dos personagens.
O cromo é comum em solos do oeste dos Estados Unidos, Austrália, Brasil, Europa, Indonésia e África do Sul.
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Testes
Depois que pesquisas anteriores, da Austrália, publicadas em 2019, descobriram que o calor intenso do fogo florestal poderia ser um gatilho para essa transformação, os cientistas de Stanford começaram a testar a teoria coletando amostras de solos ricos em cromo em quatro reservas ecológicas na costa norte da Califórnia, região atingida por incêndios florestais em 2019 e 2020.
Eles testaram o solo de áreas queimadas e áreas que foram poupadas, separando as menores partículas com maior probabilidade de se espalharem pelo ar. Em áreas ricas em cromo, onde a vegetação permitiu que os incêndios queimassem intensamente e por um longo período, os pesquisadores descobriram que os níveis de cromo tóxico eram cerca de sete vezes maiores do que em áreas não queimadas.
Mesmo depois de um incêndio ter sido totalmente contido, o estudo descobriu que as comunidades locais ainda podem ser expostas, devido aos fortes ventos que transportam partículas finas do solo com cromo.
Fendorf disse que grande parte do risco à saúde normalmente diminui após a primeira grande chuva levar os metais. Mas pode levar semanas ou meses para a chuva chegar depois de um incêndio, especialmente porque a mudança climática aumenta a probabilidade e a frequência da seca.
A pesquisa aumenta a evidência crescente dos impactos perigosos da fumaça de incêndios florestais, que também transporta partículas finas, ou PM 2,5, um pequeno, mas perigoso poluente. Quando inalado, pode penetrar profundamente no tecido pulmonar e se incorporar à circulação sanguínea. As MP 2,5 têm sido associadas a uma série de problemas de saúde, incluindo asma, doenças cardíacas, bronquite crônica e outras doenças respiratórias.
Os cientistas também dizem que outros metais como manganês, níquel e nanopartículas de ferro podem representar ameaças semelhantes, mas mais pesquisas sobre esse aspecto são necessárias ainda.
*com informações CNN