O governo brasileiro ofereceu, nesta quinta-feira (14/12), aos presidentes da Guiana, Irfaan Ali, e da Venezuela, Nicolás Maduro, que o próximo encontro entre os líderes ocorra em 2024 no Brasil, dizem fontes do governo.
A oferta foi feita pelo assessor internacional do presidente Lula, Celso Amorim, que estava presente na reunião. A ideia é que o novo encontro ocorra em três ou seis meses.
Segundo essas fontes, o encontro entre Maduro e Ali foi bem-sucedido na medida em que ambas as partes aceitaram que não haverá uso da força daqui em diante para resolver a questão envolvendo o território de Essequibo.
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Os relatos são de que ambos reiteraram suas posições históricas durante o encontro ocorrido ao longo de todo o dia, mas que concordaram que não pretendem evoluir para um conflito armado.
Uma declaração conjunta estava sendo trabalhada no início da noite desta quinta-feira (14/12) e deve ser divulgada nas próximas horas.
O conflito começou após a Venezuela fazer um referendo e anunciar que iria incorporar ao próprio território uma área que faz parte da Guiana, conhecida como Essequibo.
O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, afirmou que Guiana e Venezuela concordaram em evitar uma escalada no conflito.
Uma declaração final de três páginas sobre o encontro foi divulgada na noite desta quinta-feira. Entre os pontos acordados por Venezuela e Guiana estão:
- Não fazer ameaças ou o uso da força em quaisquer circunstâncias.
- Controvérsias entre os dois países serão resolvidas de acordo com o que rege o direito internacional.
- Os dois se comprometeram em buscar coexistência pacífica e unidade da América Latina e Caribe.
- Ambos ficaram cientes sobre a controvérsia envolvendo a fronteira entre os dois países e a decisão do Tribunal Internacional de Justiça sobre o tema.
- Concordaram em continuar os diálogos sobre questões pendentes.
- Acordaram em se abster, de palavras ou ações, que resultem em escalada do conflito. Em caso de qualquer incidente envolvendo o conflito, Guiana e Venezuela terão que se comunicar entre si. Além disso, a Comunidade do Caribe (Caricom), a Comunidade da América Latina e do Caribe (Celac) e o presidente do Brasil serão acionados para reverter e previnir novos incidentes.
- Estabeleceram uma comissão conjunta com ministros das Relações Exteriores para tratar questões mutuamente acordadas.
- Definiram como interlocutores: Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas; Roosevelt Skerrit, primeiro-ministro de Dominica; e o presidente Lula. António Gueterres, secretário-geral da ONU, foi nomeado observador.
- Guiana e Venezuela se reunirão novamente no Brasil, nos próximos três meses, ou em outra data acordada, para discutir novamente o assunto.
*com informações CNN Brasil