O Brasil é o segundo país do mundo que mais mata ambientalistas e ativistas ambientais, segundo a Global Witness, ONG sediada no Reino Unido. Em 2023, pelo menos 196 ativistas foram assassinados em todo o globo por defenderem o direito à terra e ao meio ambiente saudável.
A Colômbia foi o país que registrou mais violência do tipo, com 79 mortes; e o Brasil aparece em segundo lugar, com 25. O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (10/9).
“O número real de assassinatos é provavelmente maior”, afirma a organização.
A América Latina ainda é o lugar com mais assassinatos, com 85% de todos os casos documentados em 2023. Depois de Colômbia e Brasil, Honduras e México empataram na terceira colocação do ranking, com 18 crimes do tipo cada.
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Em relação ao ano anterior, o número de assassinatos de ambientalistas no Brasil teve uma queda, de 34 para 25 vítimas em 2023. A principal fonte de dados usada para o levantamento da Global Witness é a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que há décadas mapeia a violência no campo.
Uma das principais causas para essas mortes é a concentração fundiária no Brasil e a demora do reconhecimento dos territórios indígenas e quilombolas. Ronilson Costa, coordenador nacional da CPT, explica a questão:
“Essas terras estão em disputa seja pela expansão do agronegócio, da exploração madeireira, minérios, ou projetos de infraestrutura”.
O total de assassinatos registrados na Colômbia no ano passado, 79, foi o maior já contabilizado em um único país desde que a Global Witness começou a fazer esse levantamento em 2012. Na última década, pelo menos 461 defensores colombianos do meio ambiente foram mortos.
Já Honduras, empatada no terceiro lugar, tem 10 milhões de habitantes e é o país com a maior taxa per capita de assassinatos de ambientalistas.
Com informações de UOL