O governo da Austrália anunciou nesta quinta-feira, 27, que vai facilitar, a partir do fim do ano, a candidatura de profissionais qualificados com vistos de curta duração à residência permanente.
“O nosso sucesso na migração é baseado na residência permanente e na cidadania, dando às pessoas a oportunidade de se estabelecerem nas suas comunidades, educarem os filhos e se tornarem australianos”, disse a secretária do Interior, Clare O`Neil, em comunicado.
Com a medida, os portadores do visto temporário por escassez de mão de obra qualificada poderão ter acesso à residência permanente no país. O governo anunciou também um aumento do salário mínimo para estrangeiros que obtenham esse tipo de visto.
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A partir de 1º de julho, algumas categorias de trabalhadores estrangeiros passarão a ter um salário mínimo de US$ 70 mil australianos, o que significa um acréscimo de mais de US$ 16 mil australianos em relação aos atuais valores mínimos.
As medidas anunciadas por O`Neil fazem parte da revisão do sistema de imigração, anunciada em setembro pelo governo do primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, do Partido Trabalhista.
O`Neil propôs ainda mudanças futuras nas políticas de imigração, como a reunificação de famílias de imigrantes, o reconhecimento das qualificações dos imigrantes e formas de facilitar a permanência de estudantes estrangeiros no país.
A ministra também criticou a complexidade do sistema burocrático para processar os vistos e os milhares de acordos laborais que a Austrália tem com outros países.
“O sistema de imigração da Austrália é dominado por um programa temporário muito grande e mal projetado, que não fornece as capacidades necessárias para enfrentar os urgentes desafios nacionais”, disse O`Neil, hoje, em discurso em Canberra.
“Além disso, o programa criou os ingredientes essenciais para a exploração dos trabalhadores imigrantes”, acrescentou.
Mais da metade dos 25 milhões de habitantes da Austrália são imigrantes de primeira ou segunda geração.
O país elevou a cota anual de vistos de residência permanente para 195 mil, diante da escassez de trabalhadores em alguns setores críticos e em áreas rurais.