Após sofrer novos ataques da Rússia, a Ucrânia aprovou, nesta quinta-feira (11/4), uma lei que endurece as regras de recrutamento, para alistar mais homens e enfrentar o avanço da Rússia, que executou um novo ataque noturno em larga escala contra infraestruturas do setor de energia.
A lei foi aprovada pelo Parlamento ucraniano e estabelece as regras para a mobilização militar, sem um prazo para que os soldados com muito tempo de serviço sejam dispensados, uma reforma polêmica que provocou indignação entre os militares e suas famílias.
A lei foi aprovada no momento em que a Ucrânia enfrenta uma escassez de soldados voluntários, mais de dois anos após o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
O texto endurece as penas para quem evita o recrutamento e gerou polêmica quando ps parlamentares anunciaram, de última hora, a eliminação de um dispositivo que estabelecia a dispensa dos soldados que completassem 36 meses de serviço, um revés para aqueles que estão na frente de batalha há mais de dois anos.
Leia também:
Rússia ataca Ucrânia com mais de 40 drones e 40 mísseis durante a madrugada, diz Zelensky
Antes de visitar Washington, Chanceler britânico se encontra com Trump para reforçar apoio à Ucrânia
O Exército ucraniano está sobrecarregado após o fracasso da contraofensiva iniciada em meados de 2023 e dos atrasos na entrega da ajuda prometida pelas potências ocidentais, no momento em que tenta conter o ataque das forças russas em várias posições da frente.
Para seguir com os combates, o Exército precisa de munições e soldados, mas enfrenta dificuldades para encontrar voluntários. Assim, em um primeiro momento, ampliou as condições para o alistamento, reduzindo a idade dos recrutas de 27 para 25 anos.
A reforma endurece as sanções para quem tenta evitar o recrutamento e também facilita o alistamento com a criação de um registro digital.
Ataques russos
Nesta quarta, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, relatou que o país sofreu novos ataques da Rússia.
“Durante a noite, a Rússia disparou mais de 40 mísseis e 40 drones contra a Ucrânia”, escreveu o presidente Volodimir Zelensky na rede social X.
“Alguns mísseis e drones Shahed foram derrubados com sucesso. Infelizmente, apenas uma parte deles”, acrescentou Zelensky, antes de destacar que os russos “atacaram novamente infraestruturas essenciais”.
O presidente ucraniano está na Lituânia para participar em uma reunião da iniciativa dos Três Mares, que reúne 13 Estados-membros da UE localizados entre o Báltico, o Adriático e o Mar Negro. Zelensky disse que os russos atacaram instalações em Kiev, em Zaporizhzhia e Odessa, no sul, em Lviv (oeste) e perto da fronteira com a Polônia. Os ataques russos deixaram dois mortos e quatro feridos na cidade de Mykolaiv (sul), informou o governador da região, Vitaly Kim, no Telegram.
*Com informações Isto É e AFP