População abandonada, cercada por bombardeios e com o número de vítimas altíssimo, essas são só algumas das situações causadas pela guerra Israel x Hamas. Pessoas que estão na Faixa de Gaza relatam o drama de estar no centro do conflito.
“Os bombardeios são terríveis. Fazem um barulho assustador. É assustador. Resolvi parar de comer. Eu não como mais. Para que? Todo mundo espera sua vez de morrer. Talvez seja amanhã ou depois de amanhã. Isso vai acontecer de todas maneiras”, disse Rami, um pai de família palestino que vive na Faixa de Gaza.
Rami é pai de 3 crianças, um de 1 ano, outro de 10 anos e uma de 6 anos. Na semana passada ele deu uma entrevista pela primeira vez afirmando a luta diária para sobreviver com os filhos.
“Você acha que Gaza é a maior prisão ao ar livre do mundo? Não, é a menor cela de prisão do mundo. É o local mais densamente povoado. E o nosso território está agora reduzido, porque o exército israelense ocupa o norte de Gaza”, relata. “É a mesma população, mas com metade do espaço. Precisaríamos de um milagre para superar tudo isso”, diz Rami.
Leia mais:
Em Gaza, bebês têm nomes escritos nas pernas para serem identificados
Gaza: ONU alerta que 120 bebês em incubadoras correm risco de vida por falta de combustível
Número de telefone no corpo
Rami relatou que assim como outros pais, ele escreve o numero do telefone nos corpos dos filhos.
“Isso é para que possam ser identificados em caso de ataque israelense”, explicou.
Essa pratica tem se tornado como entre os palestinos desde o inicio do conflito, devido ao aumento significativo de crianças mortas em Gaza pelos bombardeios, já são mais de 3 mil menores de idade.
Mais de 1,4 milhões de pessoas já foram deslocadas, a maioria está alojada em 150 abrigos de emergência designados pela ONU, a única central elétrica da região esgotou as suas reservas energéticas e o tratamento de esgoto foram cortados, a água já nem existe mais.