Centenas de manifestantes contra a extrema-direita tomaram as ruas da Alemanha, após a divulgação de uma reunião na qual parlamentares do partido Alternativa para a Alemanha (AfD, em alemão) discutiam um projeto para expulsão em massa de imigrantes e “cidadãos não assimilados”, ao lado de neonazistas e empresários. As informações são do The Guardian.
Milhares de alemães se organizaram para protestar e mais outras 100 manifestações já estão previstas para este fim de semana. Nesta sexta-feira (19/01), cerca de 30 mil pessoas se reuniram para protestar contra o neonazismo, em Hamburgo, no norte da Alemanha, segundo a polícia. Os organizadores do ato, no entanto, afirmam que o número é de 60 mil.
“Não podemos voltar a cometer o mesmo erro, é terrível que não tenhamos aprendido nada”, declarou Amelie Schmerling, uma aposentada, de 76 anos, que participava de um ato em Hamburgo.
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A revolta popular ocorreu após a organização de jornalismo investigativo, Correctiv, divulgar, em 10 de janeiro, um vídeo sobre um encontro secreto em Postdam, perto de Berlim, onde os participantes discutiram um projeto de expulsão em massa de imigrantes, cidadãos alemães “não assimilados” e pessoas em asilos.
Entre o grupo, havia membros do partido de extrema direita AfD e neonazistas do “Movimento Identitário”, oficialmente monitorado pela inteligência interna alemã como organização extremista de direita. O evento contou também com a presença do líder do movimento radical, o austríaco Martin Sellner.
Representantes do Judiciário emitiram uma declaração conjunta na segunda-feira (15/01), condenando a reunião.
“O que foi evocado num pequeno círculo em Potsdam em novembro é mais do que apenas uma visão horrível. Mais especificamente, é um ataque à Constituição e ao Estado constitucional liberal”, afirmou a Associação Alemã de Juízes, a Associação Alemã de Advogados e quatro organizações afiliadas.