A tentativa de bloquear o mercado de Rungis, a central de alimentos da capital francesa, era uma “linha vermelha a não ser ultrapassada”, conforme advertiu previamente a polícia de Paris. O aviso não desencorajou as 79 pessoas presas após invadirem o mercado atacadista, onde foram causados danos, segundo uma fonte policial.
Por volta das 16h50 (12h50 em Brasília), dezenas de agricultores, incluindo alguns membros da Coordenação Rural da região de Lot-et-Garonne, chegaram a pé em frente aos armazéns do mercado de Rungis. “Decidimos tomar Rungis, e tomamos Rungis”, disse Serge Bousquet-Cassagne, presidente da Câmara de Agricultura da região.
O pacote de ajudas liberado aos agricultores nesta quarta-feira (31/01) pelo governo francês e as concessões da Comissão Europeia sobre as importações ucranianas não foram suficientes para os produtores rurais, que também estão se mobilizando na Itália, Espanha e Alemanha.
Além dos fundos de emergência anunciados para os produtores de carne bovina, produtores orgânicos e agricultores afetados pela tempestade Ciaran, os viticultores franceses em dificuldades receberão € 80 milhões em assistência, anunciou o ministro da Agricultura, Marc Fesneau.
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Em Bruxelas, a Comissão Europeia concedeu uma derrogação parcial da obrigação de retirada de terras da produção. Mas a medida chegou “tarde” no calendário agrícola e continua “limitada”, criticou o Copa-Cogeca, a organização dos principais sindicatos agrícolas da UE.
O Copa-Cogeca também acredita que as medidas tomadas para limitar qualquer aumento incontrolável nas importações agrícolas ucranianas, que dispararam após as isenções de direitos alfandegários concedidas desde 2022 para apoiar o país em guerra, são “insuficientes” para os produtos em questão (aves, ovos e açúcar). Também seria “inaceitável” que os cereais e as sementes oleaginosas sejam excluídos dessas medidas, acrescenta a organização.