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Aprenda a fazer tambaqui confit em óleo de tucupi; pescado ganha versões sofisticadas

Peixe preferido nas mesas amazonenses, o tambaqui vai muito além do assado na brasa, fitro ou cozido em molho de tucupi
12/10/25 às 10:00h
Aprenda a fazer tambaqui confit em óleo de tucupi; pescado ganha versões sofisticadas

Presente em quase toda mesa do Amazonas, o tambaqui é mais do que um peixe: é parte do DNA culinário do amazonense. Das feiras populares aos restaurantes de alta gastronomia em Manaus, o peixe de carne branca e sabor marcante é sinônimo de identidade e pertencimento. Assado na brasa, servido em caldeiradas ou frito com farinha e pimenta, o tambaqui é o protagonista incontestável da cozinha cabocla — um ingrediente que atravessa gerações e faz ponte entre o rio e o prato.

Mas a versatilidade do tambaqui vai muito além das receitas tradicionais. Em cozinhas autorais de Manaus e de outras capitais brasileiras, chefes têm redescoberto o peixe em preparos inusitados, com técnicas que misturam saberes regionais e influências internacionais.


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Diferentes tons de tambaqui

Assim, surgem versões sofisticadas como o tambaqui tartare com tucupi e pimenta-de-cheiro, o carpaccio de tambaqui com farofa de castanha e até o hambúrguer artesanal com glaze (molho reduzido) de açaí e maionese de jambu — releituras que atualizam o paladar amazônico sem romper com suas raízes.

Outra tendência que ganha força é o tambaqui defumado, preparado com madeiras nativas e usado em ceviches ou patês, combinando aroma amazônico e técnica francesa. Há também quem experimente o tambaqui confit em óleo de tucupi, opção delicada e perfumada que transforma o peixe em conserva gourmet.

Essas novas leituras não tiram o valor da brasa nem do sabor simples da beira do rio — apenas ampliam o horizonte. Elas mostram que o tambaqui pode ocupar o mesmo espaço de peixes nobres como o salmão ou o bacalhau, revelando o potencial gastronômico e econômico da Amazônia com identidade própria.

Mais que um alimento, o tambaqui é um símbolo de resistência cultural que agora inspira a inovação. Da feira ao fine dining, ele segue firme como protagonista — provando que tradição e criatividade podem, sim, nadar no mesmo rio.

Agora se você se animou a sair do tradicional e entrar no mundo encantado das técnicas gastronômicas usando o tambaqui, eis uma receita para dar os primeiros passos. Confira:

Tambaqui Confit em Óleo de Tucupi (2 porções)

Ingredientes

  1. Duas postas de lombo (filé) de tambaqui;
  2. 250 ml de óleo vegetal ou azeite de oliva (o suficiente para cobrir as postas em um recipiente);
  3. Dois dentes de alho amassados;
  4. Uma folha de louro;
  5. Dois ramos de tomilho fresco (pode substituir por manjericão);
  6. Uma colher de sopa de redução de tucupi (tucupi cozido até ficar bem concentrado);
  7. Raspas de meio limão;
  8. Sal e pimenta quanto bastar (qb).

Modo de preparo

  • Preparar o peixe: tempere as postas de tambaqui com sal, pimenta e raspas de limão. Reserve.
  • Aquecer o óleo: em um recipiente pequeno que possa ir ao forno, aqueça o óleo misturado com o alho, louro e tomilho em fogo baixo. O óleo deve estar morno, não ultrapassando 90–100 °C (o ideal é que borbulhe levemente);
  • Adicionar o peixe: coloque cuidadosamente as postas no óleo morno. O peixe deve ficar submerso no óleo;
  • Cozinhar lentamente: leve ao forno pré-aquecido a 100–120 °C por 25–30 minutos, até a carne ficar macia, suculenta e soltando facilmente do osso.
  • Finalizar com tucupi: retire o peixe do forno e pincele delicadamente a redução de tucupi sobre as postas, para perfumar e dar um toque amazônico.
  • Servir: sirva imediatamente com arroz branco, purê de macaxeira ou uma farofa de castanha-do-Pará.

Dicas

  1. O confit é um método que preserva o peixe, então você pode guardá-lo submerso no óleo na geladeira por até dois dias.
  2. Se quiser um toque crocante, sele rapidamente as postas em frigideira quente antes de servir.
  3. Substitua o tucupi por uma redução de frutas amazônicas (como cupuaçu ou açaí) para uma versão mais adocicada e criativa.