Outubro Rosa Pet: câncer de mama também pode afetar animais de estimação

A campanha “Outubro Rosa” também conta com uma versão pet. (Foto: divulgação)
Em um país com a terceira maior população de animais de estimação do planeta – 160,9 milhões, conforme a última estimativa da Abinpet e do Instituto Pet Brasil –, é impossível falar de saúde sem envolver os amigos de patas. É por isso que a campanha “Outubro Rosa” também conta com uma versão pet, servindo de conscientização sobre a incidência do câncer de mama no mundo animal, que pode ser igualmente alta em cães e gatos.
A neoplasia mamária é uma das doenças mais comuns nas fêmeas de ambas as espécies. Levantamento antigo do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) aponta que aproximadamente 45% das cadelas e 30% das gatas desenvolvem tumores ao longo da vida, dos quais 85% apresentam caráter maligno. Apesar dos dados alarmantes, é possível contar com uma aliada na prevenção: a castração.
Especializada em cirurgia oncológica e reconstrutiva, a médica veterinária Ádria Camila Souza da Silva pontua que a remoção cirúrgica dos órgãos reprodutivos para esterilização diminui os níveis hormonais ligados ao desenvolvimento dos tumores mamários, mas a recomendação é que o procedimento aconteça somente após período recomendado pelos profissionais. “Para evitar outras complicações, as castrações são indicadas após um ano ou mais, a depender da raça do animal”, observa.
A cirurgiã veterinária também destaca que, pensando no bem-estar dos companheiros de patas, eles jamais devem ser submetidos ao uso de anticoncepcionais ou a qualquer aplicação de fármacos inibidores de cio. “Essa prática pode aumentar as chances de surgimento de neoformações nas mamas dos pets”, detalha.
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Diagnóstico Precoce
Quanto mais cedo for detectada a doença – que não se restringe apenas às fêmeas –, maior a probabilidade de garantir um tratamento eficaz, seja ele cirúrgico, clínico ou integrado, de acordo com Ádria. Por isso, a médica veterinária destaca a importância de consultas regulares com um profissional capacitado e de prestar atenção aos primeiros sinais.
Segundo ela, alguns sintomas podem servir de alerta, como presença de nódulos na região das mamas, secreção, dores e manchas vermelhas, alterações no apetite, febre e estado de apatia. Nesse cenário, caso o tutor note qualquer um dos sintomas, precisa ir imediatamente a um médico veterinário.
“A saúde dos nossos pets é construída na constância, na atenção aos detalhes e na escolha de acompanhar cada fase da vida com responsabilidade e amor. A prevenção não é um ato isolado, mas um compromisso contínuo. Consultas regulares, exames de rotina e hábitos saudáveis são parte de um cuidado silencioso, porém essencial, que prolonga a vitalidade e o bem-estar dos nossos companheiros. Na oncologia veterinária, o tempo pode ser decisivo. Nem toda alteração aparente é motivo de urgência, mas algumas não podem esperar”, finaliza a médica veterinária.
